quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Geleia real e olho seco




A síndrome do olho seco, ou simplesmente olho seco, tem se tornado cada vez mais comum. Há um bom tempo se sabe da relação entre idade e olho seco, na qual se observa uma maior prevalência do problema à medida que as pessoas envelhecem. Mas hoje também vemos uma maior presença de olho seco devido a pelo menos dois outros fatores: o uso generalizado de lentes de contato e o aumento considerável na utilização de aparelhos digitais.

Como o nome sugere, a síndrome do olho seco é uma condição caracterizada pela sensação de secura nos olhos, podendo ser acompanhada de outros sintomas como irritação, inflamação e fadiga ocular. Esses sintomas podem ser contínuos ou intermitentes, moderados ou severos, variando muito de caso a caso. Apesar de estar diretamente relacionada ao uso de aparelhos digitais e lentes de contato, e provavelmente ser desencadeada por esses fatores, não sabemos muito sobre como o problema realmente se desenvolve e qual a relevância de cada possível gatilho na patogênese da síndrome do olho seco.

Independentemente disso, o que acontece na síndrome é que os olhos perdem a capacidade de produzir a quantidade ideal de lágrimas ou as lágrimas produzidas evaporam mais rápido que o normal — ou as duas coisas juntas. Com uma quantidade menor de lágrimas nos olhos ou lágrimas que ficam nos olhos por menos tempo, o resultado final é o mesmo em todos os casos: secura devido à menor lubrificação da superfície ocular.

Na nutrição, poucos são os alimentos, nutrientes ou compostos bioativos que individualmente conseguem tratar problemas específicos de saúde. Isso acontece porque nosso corpo é um sistema extremamente complexo e bem regulado. Sendo assim, normalmente várias coisas precisam dar errado, mais ou menos ao mesmo tempo, para que o corpo apresente um problema. Quando isso acontece, não é um alimento ou nutriente específico que vai resolver o problema, uma vez que geralmente são vários pontos do sistema que estão desregulados. É por isso que precisamos pensar na alimentação como um todo, e não em alimentos ou nutrientes específicos, quando estamos falando de tratar ou prevenir um problema de saúde.

Essa é a regra. Mas todas as regras têm exceções.

No caso do olho seco, uma exceção pode ser a geleia real.

Em 2017, foi publicado o primeiro, e até agora único, estudo testando o efeito da suplementação de geleia real em pessoas que apresentam olho seco.

Os participantes do estudo foram mulheres e homens adultos, entre 20 e 60 anos. Todos referiam sintomas de olho seco, embora nem todos tivessem o diagnóstico confirmado. Isso acontece porque, além dos critérios subjetivos (sintomas), existem critérios objetivos (testes e exames) para que o diagnóstico seja feito.

O estudo contou com dois grupos experimentais: controle x geleia real. No grupo geleia real, cada pessoa consumia 6 tabletes por dia (1200 mg de geleia real por tablete), divididos em três doses diárias junto das principais refeições. No grupo controle, o protocolo foi exatamente o mesmo, trocando apenas os tabletes de geleia real por tabletes placebo.

A intervenção como um todo durou 8 semanas, mas mesmo após 4 semanas alguns resultados já haviam começado a aparecer no grupo que consumiu a geleia real. Tanto no BUT como no teste de Schirmer, os dois principais exames para se avaliar aqui, vemos resultados significativos não só do ponto de vista estatístico do estudo, mas também do ponto de vista clínico:




Isso fica ainda mais claro quando consideramos apenas os participantes que apresentaram teste de Schirmer ≤ 10 mm antes do início da intervenção. O teste de Schirmer mede a produção de lágrimas nos olhos, com valores mais baixos representando menor produção de lágrimas. Portanto, estamos falando das pessoas que apresentavam graus mais severos de olho seco. No estudo, foram justamente esses participantes que mais se beneficiaram da suplementação com geleia real. Em média, o resultado do teste de Schirmer foi de 5,6 mm antes do início do estudo; depois de 8 semanas, a média subiu para 14,7 mm.

Esse resultado é excepcional, porque um valor entre 10 e 15 mm no teste de Schirmer já pode ser considerados como normal. Ou seja, como um todo, esse subgrupo passou de “olho seco confirmado” para “olho com produção normal de lágrimas” depois de apenas 8 semanas de suplementação com geleia real.

E o mais interessante é que o estudo mostrou a evolução individual dos participantes:




Com exceção de dois pacientes que praticamente não responderam à suplementação, todos os outros tiveram melhoras significativas do ponto de vista clínico, com basicamente todos eles passando a apresentar valores superiores a 10 mm no teste de Schirmer.

E só para não deixar passar, uma palavrinha sobre o BUT. Esse é um exame que avalia a estabilidade do filme lacrimal, por meio do tempo que leva para a lágrima começar a se desfazer, ou “quebrar”, dentro do olho. A estabilidade lacrimal depende de vários fatores, sendo um deles a quantidade total de lágrimas que o olho produz. Como houve um crescimento expressivo na produção lacrimal após a suplementação de geleia real, visto pelo aumento nos valores do teste de Schirmer, é provável que o BUT também tenha apresentado melhoras devido a esse fato.

O que reforça isso é que, na porção do estudo que foi realizada em animais, na qual os pesquisadores puderam ir um pouco mais afundo no mecanismo pelo qual a geleia real é capaz de melhorar casos de olho seco, foi observado que parece existir um estímulo direto à secreção de lágrimas nas glândulas lacrimais. Isso seria capaz de explicar tanto o aumento nos valores do teste de Schirmer como o aumento nos valores de BUT.

E além dos benefícios clínicos, é importante citar que nenhum dos pacientes apresentou efeitos adversos ao longo do estudo, em nenhum dos dois grupo. Então, pelo menos no curto prazo, a quantidade administrada de geleia real parece ser segura e bem tolerada.

Considerando minha experiência, não me lembro de ter visto resultados tão expressivos como esses em estudos de suplementação. Com nenhum tipo de suplemento isolado. É claro que o ideal seria ter pelo menos alguns outros estudos para compararmos a esse, mas infelizmente não é o caso. Ainda assim, fica claro o potencial que a geleia real tem de beneficiar casos de olho seco.

Dito isso, vale mencionar duas ressalvas.

A primeira é a menor delas: a quantidade de geleia real suplementada foi bem considerável. Isso provavelmente não chega a ser um problema no sentido de ser difícil de ingerir ou de representar um risco à saúde. Mas talvez possa ser um empecilho financeiro para algumas pessoas. Porque suplementos de geleia real não são muito baratos, assim como é o caso de vários outros suplementos, principalmente na quantidade administrada nesse estudo.

Apesar disso, só foi testada uma dosagem de geleia real. Seria totalmente plausível imaginar que quantidades menores pudessem fazer o mesmo efeito. De forma semelhante, é possível supor que as pessoas que respondem bem à geleia real poderiam ingerir quantidades inferiores às utilizadas nesse estudo e ainda assim apresentarem o mesmo benefício. Essas questões podem ser testadas individualmente, para as pessoas que se interessarem em utilizar a geleia real em casos de olho seco.

A segunda ressalva é que não sabemos o efeito da suplementação no longo prazo. Como mencionei acima, os resultados do estudo indicam que o mecanismo de ação da geleia real sobre o olho seco seria por meio do estímulo à secreção de lágrimas nas glândulas lacrimais. Sendo assim, é possível imaginar que um estímulo constante, resultado de uma suplementação com duração de meses ou anos, poderia exaurir a capacidade de produção ou secreção das glândulas lacrimais. Isso, por sua vez, eventualmente poderia fazer com que a geleia real parasse de ter efeito no longo prazo. É claro que essa é só uma hipótese, mas algo que deve ser considerado.

E para finalizar, um relato da minha prática. Eu mesmo já testei o efeito da geleia real em pacientes e pude observar benefícios semelhantes aos apresentados no estudo. É verdade que se trata de uma amostra bem pequena, mas junto aos resultados do estudo tende a reforçar o potencial da geleia real em melhorar casos de olho seco.



187 comentários:

  1. Que marca você indica para geleia em cápsula? Como saber o controle de qualidade/validade da que é vendida na forma natural, quando esta é vendida sem qualquer rótulo informativo? Obrigada.

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    1. Olá.

      Desconheço o efeito das marcas de geleia real em cápsula. A única que já vi ser usada e efetiva na prática é a geleia real da Mel do Sol (não sei é vendida fora de Brasília). Apesar disso, temos que partir do pressuposto que qualquer marca vai simplesmente ser geleia real.

      Se o produto for vendido sem rótulo, acredito que não tem como saber sobre o controle de qualidade, a não ser que você pergunte e tome como verdade a palavra de quem produz. Se isso for um empecilho, basta optar pelas marcas disponíveis no mercado com rótulo.

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    2. Obrigada pelo pronto retorno. Qual tempo de resposta para melhora do olho seco?

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    3. Com 4 semanas os resultados já devem começar a aparecer, caso seja uma pessoa que responde ao tratamento. Mas a tendência é que os benefícios apareçam mais claramente entre 4 e 8 semanas.

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  2. Muito grata pelos esclarecimentos.

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  3. Ola. Vc tem instagram Obrigado.

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  4. Boa noite, João.
    É possivel algo externo engordar uma pessoa, sem mudança na ingesta calórica?
    Tipo, exposição crônica e excessiva ao bisfenol. Pode engordar?

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    1. Olá.

      Sim, é possível. Porque o corpo responde não apenas à energia (calorias) que obtemos dos alimentos, mas também à forma como essa energia é "processada".

      Por exemplo, mesmo sem restrição calórica, a prática do jejum intermitente pode levar ao emagrecimento. Isso acontece porque o corpo entra num estado metabólico diferenciado após ficar um período mais prolongado sem receber energia da alimentação.

      De forma semelhante, algumas substâncias externas podem afetar a forma como o corpo processa as calorias da dieta. Usando o exemplo que você citou, o bisfenol e outros disruptores endócrinos, como o próprio nome sugere, são capazes de atrapalhar a forma como alguns hormônios funcionam no nosso corpo. E boa parte desses hormônios regula a forma como o organismo metaboliza a energia que obtemos dos alimentos. Por isso, a exposição crônica a essas substância poderia levar ao acúmulo de gordura corporal.

      Dito isso, desconheço de evidências sólidas que mostrem um impacto significativo desse tipo de interação em seres humanos: ainda é mais teórico do que necessariamente algo que podemos afirmar com mais certeza. Isso significa que o total de calorias da alimentação ainda é o principal fator que vai fazer uma pessoa engordar ou emagrecer.

      De qualquer forma, falando especificamente do exemplo do bisfenol e outros disruptores endócrinos, evitá-los ainda assim é extremamente importante. Porque a exposição crônica a essas substâncias, mesmo que não leve a um impacto significativo no acúmulo de gordura corporal, ainda pode ser extremamente prejudicial em vários outros sentidos, justamente porque são substâncias que afetam negativamente hormônios responsáveis por regular uma série de processos fisiológicos vitais no nosso organismo.

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    2. Entendi, obrigado pela resposta!

      Vc tem algum texto sobre diabetes ou resistencia insulinica?

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    3. Não tenho nenhum texto em que o foco central seja esses assuntos, mas vários dos textos que falam sobre dieta low-carb e/ou emagrecimento acabam tocando nos temas de diabetes, síndrome metabólica e resistência à insulina.

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  5. Quero saber a verdade sobre microbiota do magro.
    O dR. Lair indica comer romã e suco de cramberry npra alimentar a Arcamancia.
    QUero saber se é verdade que esta bacteria evita resistencia insulinica, minha familia toda tem diabetes e meu exame já deu alteração. Como frutas, legumes, bebo água... mas preciso focar na diabetes... estou estudando muito o assunto.

    Obrigada!

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    1. Olá.

      A verdade sobre o tema microbiota é que a maioria das pessoas afirma mais coisas do que é possível saber sobre o assunto. É uma área tão complexa, e sobre a qual ainda sabemos tão pouco, que chega a ser impressionante o quanto os profissionais de saúde extrapolam e "exageram" ao falar sobre microbiota.

      Não que a microbiota não seja um ponto importante a ser considerado na saúde, mas devemos ter calma sobre como abordar o assunto na prática. Pelo tanto que se fala sobre microbiota parece que sabemos muito sobre o assunto, mas a verdade é que sabemos muito menos do que parece.

      É por isso que falo pouco sobre esse tema, e costumo recomendar que as pessoas não se preocupem muito com isso. É muito melhor focar no que conhecemos melhor, e no que sabemos que pode ser realmente efetivo para manter uma saúde metabólica adequada.

      Nesse caso, estou me referindo especificamente a manter uma composição corporal saudável: moderada a elevada massa muscular, baixa gordura corporal. Não importa exatamente como a pessoa vai alcançar essa composição corporal adequada, pois existem várias e várias formas diferentes de se fazer isso, e cada pessoa responde de maneira diferente às diversas abordagens possíveis. Mas essa é a chave: com uma composição corporal adequada, junto de uma alimentação mínima em alimentos processados, é possível prevenir e até mesmo reverter quadros de resistência à insulina e síndrome metabólica.

      Como já falei em vários outros momentos, os exames que indicam resistência à insulina e síndrome metabólica são apenas uma forma do corpo nos sinalizar que existe um desbalanço energético no organismo. Isso quer dizer que o corpo saiu do ponto de equilíbrio: está ingerindo e acumulando mais energia do que ele é capaz de lidar de maneira saudável. Esse ponto de equilíbrio é diferente para cada pessoa; algumas podem acumular um pouco mais de gordura e ainda permanecerem metabolicamente saudáveis, enquanto um ligeiro acúmulo de gordura corporal pode ser suficiente para a saúde metabólica de outras pessoas já começar a estar prejudicada.

      A questão é que, quando os exames estão alterados, sabemos que o corpo saiu desse estado de equilíbrio. Como mencionei acima, isso significa que o organismo está recebendo e acumulando mais energia do que ele consegue lidar. É nesse momento que alguma atitude precisa ser tomada para que o corpo volte a sua composição corporal de equilíbrio. Ao atingir a composição corporal adequada para o próprio caso, os exames da pessoa vão naturalmente se normalizar. Quando o corpo está no equilíbrio metabólica, ele não precisa sinalizar que existe um desbalanço, e por isso os exames não estarão alterados.

      É claro que existem alguns outros fatores intrínsecos e extrínsecos que podem fazer com que esses mesmos exames -- como triglicerídeos, LDLc, insulina basal, glicemia, HOMA-IR etc -- sofram eventuais alterações, mas no geral eles são apenas um reflexo do estado metabólico do organismo. É por isso que o reestabelecimento de uma composição corporal saudável, e o consequente reequilíbrio do estado metabólico, leva à normalização desses exames.

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    2. Entendi. É algo novo, mas queria dicas alimentares .... melhores alimentos, os que seriam bom evitar etc.....
      Vc explicou brilhantemente mas quero dicas praticas.... obrigada.

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    3. Entendo você estar buscando dicas práticas, até porque essa é a parte que realmente importa: como aplicar no dia a dia o que sabemos sobre nutrição. Mas cada pessoa possui tantas particularidades que não posso dar recomendações específicas para você. É por isso que o nutricionista precisa trabalhar com consultas para poder orientar seus pacientes.

      Se você seguir uma alimentação com o mínimo possível de produtos processados e industrializados, já estará com 90-95% do caminho andado. Os alimentos em si não são tão importantes, e com tempo você mesma é capaz de determinar quais são os melhores alimentos para o seu corpo. Experimente mais alimentos ricos em carboidratos ou ricos em gorduras; mais proteína ou menos proteína; alteração dos alimentos e das refeições consumidas de manhã, de tarde ou de noite; mais frutas ou menos frutas; hortaliças variadas; mais ou menos refeições ao longo do dia; jejum intermitente...

      Mas sempre incluindo o mínimo possível de produtos processados e industrializados. Porque, se existe um verdadeiro "inimigo" da microbiota na alimentação, certamente são os produtos processados e industrializados. Como regra, quanto menos um alimento foi modificado até chegar ao seu prato, melhor ele será para sua microbiota e sua saúde como um todo.

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  6. Desculpe me entrometer aqui, mas se você deseja saber "verdades" deixe de seguir estes estrelados "médicos", Lair Ribeiro, Barakat, etc. Só falam besteiras, baseados na maioria das vezes em falácias ou em estudos de pouca relevância científica.

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    1. Oi. Agradeço sua dica mas não vou deixar de segui-lo. minha vida melhorou muito com suas recomendações e eu sou muito grata a ele, ja até me livrei de remedios que antes tomava para labirintite e enxaqueca. Os medicos ficaram de boca aberta.
      Agora estou aqui para me aprofundar mais e ir aprendendo. A vida é assim..... Boa noite.. Deus te abencoe.

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    2. Anônimo,
      Claro que você é quem decide quem segue ou deixa de seguir, mas, se não se me permite um conselho, ligue seu senso crítico no máximo na hora de ler o que esses dois escrevem. No meio de coisas certas tem MUITA coisa errada.

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    3. Ok. Não consigo julgar o que é ou não certo pq não sou da area. Eu digo o que eu faço e funciona, e o que milhares de pessoas que apoiam ele tem de resultado. Basta olhar os relatos. Minha mãe tem 68 anos e a melhora foi brutal depois de tantos neurologistas... o óleo de coco nela pareceu milagre e antes que diga que foi placebo, ela ja tomava remédio antes e não tinha o placebo. Metilcobalamina. Vitamina D3, k2... estude os artigos que o João passa, as respostas dele nos comentários também são excelentes. Boa semana.

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  7. Boa tarde. Gostaria de saber se comer muito açucar e doces pode causar resistencia insulínica mesmo não estando gordo.
    Eu como muito sou viciosa, tem dia que chego a comer barras de chocolate inteiras, nem diarreia me dá. Ja acostumei.

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    1. Olá.

      Isso nunca foi devidamente testado em estudos com seres humanos. Porém, considerando a lógica de funcionamento da fisiologia humana e outras evidências indiretas em seres humanos, assim como estudos com animais que já testaram essa hipótese diretamente, a princípio é sim possível desenvolver resistência à insulina pelo simples fato de comer açúcar em excesso.

      Além disso, se você estiver comendo chocolates comuns, ainda tem o problema dos aditivos contidos nesses alimentos, que podem ser potencialmente prejudiciais para a saúde de muitas pessoas. E esse é o tipo de coisa que não tem como ter muita certeza sobre o risco; prevenir por meio da restrição do consumo de produtos processados e industrializados é a melhor opção.

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    2. Ola. Eu estou disposta a comer chocolate amargo não industrializados a partir de agora. Sou de São Paulo. Poderia me indicar algum ?? local onde compra ou nome... Obrigada.

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    3. Olá.

      O que você quer dizer com "não industrializado"? Quando eu falo de alimentos não processados, uso o termo "industrializado" como sinônimo de "não processado". Mas o termo "industrializado" pode ter outros significados dependendo do contexto. Por exemplo, qualquer produto embalado que é produzido de maneira industrial pode ser chamado de "industrializado".

      De qualquer forma, se você está atrás de chocolates amargos de qualidade, basta olhar a lista de ingredientes do produto. Se os únicos ingredientes não derivados do cacau forem algum emulsificante e/ou aroma natural, o chocolate pode ser considerado de boa qualidade. A grande maioria dos chocolates que são 70% ou mais de cacau não possuem aditivos ou ingredientes potencialmente prejudiciais.

      A marca em si não é necessariamente importante. Apesar disso, hoje podem ser encontrados inclusive chocolates orgânicos; então pode ser algo do seu interesse, caso tenha acesso e condições de comprar. Mas a parte mais importante mesmo é olhar a lista de ingredientes. Hoje em dia é possível encontrar chocolates amargos de qualidade, até com certa facilidade, em grandes mercados (em alguns menores também) e em lojas de produtos naturais.

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  8. João, recentemente vi um post de um nutricionista falando que não vale a pena comer organicos. Porque não tem evidencia que previnem doença e nem que existe evidência que os agrotóxicos fazem mal, ou que tem excesso no Brasil.

    Gostaria muito de ler sua opinião a respeito.
    Sou estudante de nutrição.
    Obrigado!

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    1. Olá.

      Esse assunto é tão extenso e complexo que não tem como falar muito em apenas um comentário. Mas vou tentar resumir minha visão sobre o assunto.

      Não existem ensaios clínicos avaliando o efeito de longo prazo de alimentos orgânicos vs. alimentos convencionais sobre a incidência ou prevenção de doenças. E provavelmente nunca vão existir, porque é difícil receber incentivo financeiro para ensaios clínicos de longo prazo avaliando alimentos. No caso de medicamentos, quem patrocina os grandes estudos é a indústria farmacêutica; as empresas têm capital inicial para investir, assim como vão ganhar muito dinheiro se os medicamentos estudados se mostrarem eficazes e forem futuramente comercializados. Mas não existe o mesmo incentivo para alimentos, porque você não pode patentear e comercializar alimentos como se faz com medicamentos.

      Olhando por esse lado, realmente é possível afirmar que não existem estudos diretamente mostrando os efeitos negativos da ingestão de agrotóxicos em seres humanos, ou o efeito positivo do consumo de alimentos orgânicos.

      Porém, existem muitas e muitas evidências indiretas, tanto de estudos observacionais em seres humanos como de estudos experimentais em animais, mostrando os potenciais efeitos negativos da exposição aos agrotóxicos. Não só da ingestão, mas de outras formas de exposição a essas substâncias. Quem afirma o contrário provavelmente nunca se deparou ou nunca foi atrás desses estudos, ou simplesmente acaba, mesmo que inconscientemente, ignorando a totalidade das evidências por causa de uma visão enviesada sobre o assunto.

      Todas as pessoas que têm acesso e condições de consumir alimentos orgânicos deveriam fazer. Isso é bom não apenas para a saúde humana, mas também para o meio ambiente como um todo. Porque a agricultura orgânica trabalha com uma visão muito mais ampla, se preocupando não apenas com a saúde das pessoas que vão consumir os alimentos, mas também com questões ambientais e sociais que permeiam o assunto e que vão muito além apenas da saúde individual das pessoas.

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    2. Me respondeu muito bem, obrigado!
      Conhece o selo " produto Organico Brasil certificado por auditoria"
      Dá pra confiar? to comprando alguns produtos com esse selo, um pouco mais caro sim, mas nada impossível de comprar. Além do mais o gosto é incrivelmente melhor.

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    3. Desconheço motivos para desconfiar da certificação de produtos orgânicos aqui no Brasil. É verdade que nunca fui tão fundo assim no assunto, mas já conversei com alguns produtores de alimentos orgânicos que me disseram que não é fácil obter a certificação. Então acredito que seja confiável sim.

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  9. Tem algum estudo que comprove que comer ovos diariamente preveniria doenças oftalmológicas (maculopatia degenerativa) ?

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    1. Olá.

      Existem estudos mostrando que o consumo de 2 a 4 unidades de ovos por dia pode levar à melhora de casos de degeneração macular, com aumento da pigmentação macular e possivelmente da acuidade visual. Porém, a maioria dos estudos é de curto prazo, então não dá para ter tanta certeza sobre os efeitos no longo prazo.

      Além disso, temos pelo menos um estudo observacional, de duração mais prolongada, mostrando que a ingestão moderada de ovos, de pelo menos 2 a 4 unidades por semana, está associada a um risco significativamente menor de desenvolvimento de degeneração macular.

      Juntando tudo isso, embora não seja possível dizer que existe 100% de comprovação, é bem seguro afirmar que o consumo de ovos provavelmente é capaz de previnir casos de degeneração macular, e até mesmo capaz de ajudar no tratamento de casos já diagnosticados. Ainda, vale adicionar que o consumo de vegetais ricos em luteína e zeaxantina provavelmente pode ajudar também.

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  10. Olá João Gabriel; Boa tarde.
    Poderia me falar sobre vitamina C na forma de suplementos? eu gostava de usar essas efervecente meu médico de rins disse que não posso porque aumenta calculo renal. Vitamina C ele disse que só pode se for na laranja ou no limão

    Saberia me dizer se é verdade vc prescreve suplementos de vitamina C? quais as formas? Faço muito aeróbico tenho perca de colágeno minha dermatologista fez Sculpra em mim um procedimento pra colágeno e mandou eu tomar colágeno chamado SEMBLE REVERSE. Uns dizem que não funciona mas ela é estudiosa e disse que tem muito fundamento cientifico. Obrigada gostaria que vc falasse sobre suplementos. Obrigada. Selma Junqueira. 56 anos.

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    1. Olá, Selma.

      Alguns estudos mostram uma associação entre ingestão de vitamina C e formação de cálculo renal, mas as evidências são insuficientes para realmente tirarmos conclusões precisas.

      De qualquer forma, com exceção de alguns casos específicos, a suplementação de vitamina C geralmente não é necessária para a grande maioria das pessoas. Ou seja, incluir duas ou três boas fontes de vitamina C na dieta, todos os dias, já garante um consumo adequado e suficiente.

      Além disso, é muito difícil consumir uma quantidade "excessiva" de vitamina C pela alimentação. Isso significa que abrir mão da suplementação, e ao mesmo tempo incluir algumas boas fontes de vitamina C na dieta, é uma forma de essencialmente evitar a possibilidade de formação de cálculo renal (mesmo que não tenhamos certeza se existe uma relação de causa e efeito entre suplementos de vitamina C e cálculo renal).

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  11. Porque existe uma briga na nutrição sobre emagrecimento?
    Pessoas falando que os estudos dizem X outras Y....

    Afinal o que vc sabe atraves dos estudos e da sua prática diária, para emagrecimento o que é mais interessante no ambito da nutrição?

    Obrigada!!

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    1. Olá.

      Brigas e disputas existem porque as pessoas muitas vezes possuem uma visão enviesada sobre o que a realidade nos mostra. É necessário abrir mão de opiniões pessoais para conseguir enxergar a verdade como ela realmente se apresenta.

      Considerando a dieta, a parte mais importante é comer comida de verdade e ser capaz de entender como e por que evitar alimentos processados. Se concretizado na prática, sem ser algo forçado, esse caminho por si só tende a evitar o acúmulo de gordura corporal e o desenvolvimento de sobrepeso e complicações associadas. No caso de pessoas que já se encontram com excesso de peso, esse caminho geralmente leva ao emagrecimento e ao reequilíbrio da saúde metabólica.

      Por outro lado, é complicado falar de alimentos ou nutrientes específicos. Simplesmente porque esse geralmente não precisa ser o foco; realmente ser capaz de priorizar comida de verdade e evitar alimentos processados costuma ser suficiente. Em situações em que não é suficiente, sendo necessário focar em alimentos ou nutrientes específicos, ainda assim é difícil falar de alimentos ou nutrientes específicos. Porque, embora tenhamos necessidades parecidas, cada um de nós possui particularidades específicas, que precisam ser abordadas de maneira individual quando é o caso.

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  12. Muito obrigada! Boas festas!

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  13. Boa noite. É verdade que quando comemos muito por exemplo final do ano, a gente aumenta peso mas por retenção hidrica e não por aumento de gordura?

    quanto tempo demora pra vc comer muito e engordar? horas ou dias?

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    1. Olá.

      Certamente horas não são suficientes para que ocorra um aumento na gordura corporal. Isso só vai acontecer depois de alguns dias. Mas não necessariamente demora muitos dias, caso a ingestão de comida/calorias seja razoavelmente elevada.

      Esse acúmulo de gordura vai variar de pessoa para a pessoa, assim como depende dos alimentos que são ingeridos e do estado metabólico do indivíduo.

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  14. boa noite gostaria de saber sobre insulina e emagrecimento. OBRIGADA.
    Sou Renata faço nutrição. Tenho 39 anos. Obrigada.

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    1. Olá, Renata.

      Muita coisa pode ser falada sobre a relação entre insulina e emagrecimento ou regulação do peso/gordura corporal. Mas imagino que você quer saber se o aumento na insulina sanguínea leva ao acúmulo de gordura corporal ou se a diminuição dela leva ao emagrecimento.

      Se esse for o caso, a resposta simplificada é: a insulina em si tem um papel muito pequeno no que diz respeito a uma pessoa engordar ou emagrecer. O aumento na insulina sanguínea em casos de obesidade e síndrome metabólica, por exemplo, é basicamente uma consequência, e não a causa, do problema. Assim como a redução da insulina sanguínea que se observa com dietas low-carb, por exemplo, também é uma consequência do efeito dessas dietas, e não o motivo pelo qual elas são capazes de levar ao emagrecimento e à melhora do estado metabólico.

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    2. Mas porque falam que a low carb emagrece mais ?
      é mentira?
      não tem a ver com a lipase hormonio sensível e lipo proteica?

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    3. Especialmente em pessoas com resistência à insulina e síndrome metabólica, as dietas low-carb tendem a ser mais eficazes para o emagrecimento:

      http://cienciadanutricao.blogspot.com/2015/09/low-carb-padrao-ouro-de-evidencia.html

      E realmente acontece uma menor liberação de insulina quando se consome uma dieta low-carb, mas isso não quer dizer que a menor secreção de insulina é diretamente a causa do emagrecimento observado com essas dietas. Quando duas variáveis ocorrem juntas, não necessariamente uma é a causa da outra.

      A maior tendência de emagrecimento com dietas low-carb vai muito além da insulina e de enzimas como a lipase hormônio-sensível, mas é um assunto um tanto complexo para discutir aqui pelos comentários. Independentemente disso, o mais importante é saber que as dietas low-carb são uma ótima opção disponível para pessoas que precisam emagrecer para melhorar sua saúde metabólica.

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  15. Qual a dose ideal e qual geleia real indicaria?

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    1. Olá, Lima.

      Não tem como definir uma dose ideal porque o número de estudos ainda é limitado. O que se pode fazer é partir da dose utilizada no estudo e ir experimentando doses um pouco maiores ou um pouco menores, de acordo com a resposta individual da pessoa.

      Eu pessoalmente começaria experimentando doses um pouco menores, porque existe uma boa chance de que a dose utilizada no estudo tenha sido superior ao que realmente é necessário para se observar resultados na prática. Mas isso tem que ser avaliado com cuidado e de caso para caso.

      Mais ou menos o mesmo vale para o produto a ser usado. Você pode testar uma primeira marca. Se der resultado, basta continuar; se não der resultado, pode testar outras marcas. Se mais ou menos três produtos diferentes não derem resultado, isso provavelmente aconteceria porque a pessoa não é responsiva aos efeitos da geleia real.

      A única marca que testei na prática, e sei que funciona, é a geleia real da Mel do Sol. Mas temos que partir do pressuposto de que qualquer marca disponível no mercado corresponde a um produto que de fato contém geleia real em sua composição, o que significa que a princípio qualquer marca vai conferir benefícios em pessoas responsivas ao tratamento.

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  16. Já ouviu falar em ingerir uma colher de chá de pólen de abelha no café da manhã? Tem vitaminas e aminácido?
    Obrigado

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    1. Olá.

      O pólen de abelha possui uma quantidade de vitaminas e minerais que vai de razoável a boa. Em relação aos aminoácidos essenciais, isso pode variar de acordo com a origem do pólen; alguns são relativamente ricos, outros não são.

      Nunca ouvi falar da ingestão de pólen de abelha especificamente antes do café da manhã. Se a pessoa optar pelo consumo, a princípio não vejo nada indicando que o momento de ingestão ao longo do dia faria alguma diferença.

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  17. João, qual a sua opinião sobre dieta carnívora (consumo exclusivo de carnes/ovos/frango/peixe)?

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    1. Felipe, esse é um tema bem complexo, principalmente considerando o porquê da pessoa querer seguir uma dieta carnívora. Então não tem como entrar em todos os detalhes, mas vou resumir o que penso.

      Se a pessoa não tem um motivo de saúde claro para tentar uma dieta carnívora, não sou a favor. Porque é muito fácil criar um ou vários desequilíbrios nutricionais com uma dieta carnívora. Apesar dos alimentos de origem animal serem muito ricos em diversos nutrientes, ainda assim existem nutrientes que são difíceis de obter em quantidade suficiente sem a ingestão de alimentos de origem vegetal. Exemplos: vitamina C, folato e potássio. Sem contar que os vegetais possuem fitoquímicos, que são potencialmente benéficos na manutenção da homeostase de uma série de processos no corpo humano.

      Por outro lado, existem relatos de alguns indivíduos e profissionais sugerindo que uma dieta totalmente ou essencialmente carnívora poderia atenuar ou até "curar" alguns problemas de saúde, especialmente doenças autoimunes. Em casos desse tipo, principalmente se outras opções de tratamento não estando sendo suficientes para fazer com que a pessoa tenha uma qualidade de vida minimamente favorável, uma dieta carnívora pode ser uma opção válida.

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    2. Qual o mecanismo pelo qual a dieta carnívora pode favorecer alguém com doença autoimune? não seria prejudicial pelo aumento de gordura saturada e falta de fibras e vitamina C??

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    3. Sem estudos controlados, não podemos afirmar com certeza que os efeitos benéficos relatados pelas pessoas realmente são decorrentes das dietas carnívoras em si. Principalmente porque, quando uma pessoa muda um determinado hábito de saúde, quase sempre muda vários outros ao mesmo tempo. Então geralmente é bem difícil afirmar que a melhora do problema A foi por causa da mudança X.

      De qualquer forma, caso as dietas carnívoras realmente tenham uma influência direta no tratamento de doenças autoimunes (pelo menos em algumas pessoas), a resposta para sua pergunta é: ninguém sabe. Pelo menos ainda não. Esse é um assunto que nunca foi estudado em detalhes, e por isso estamos bem longe de termos certeza dos eventuais mecanismos pelos quais dietas carnívoras poderiam influenciar doenças autoimunes.

      Mas é possível levantar hipóteses. A ideia central estaria ligada à saúde intestinal. Os defensores das dietas carnívoras acreditam que os vegetais possuem "toxinas" que comprometem a integridade da barreira intestinal. E se a barreira intestinal está prejudicada, moléculas e compostos que não deveriam ultrapassar essa barreira podem cair na circulação sanguínea, potencialmente desencadeando reações autoimunes.

      Existe uma certa verdade nessa lógica, principalmente no sentido de que alguns vegetais realmente apresentam "toxinas" em sua composição. Porque alguns componentes presentes nesses alimentos podem sim ser potencialmente tóxicos para o ser humano. No entanto, é amplamente discutível até que ponto o corpo não consegue lidar com eles e até que ponto isso prejudicaria a saúde intestinal no sentido de permitir o desencadeamento de reações autoimunes. Só o tempo dirá com mais estudos e experimentações.

      Dietas carnívoras não são prejudiciais por causa de um maior consumo de gordura saturada. Porque esse nutriente por si só não é um problema. Já discuti esse assunto em detalhes em outros momentos, que você pode conferir nos links abaixo:

      https://bit.ly/38WbSLB
      https://bit.ly/2SW4VEV
      https://bit.ly/32tC8uE
      https://bit.ly/38VoqTI
      https://bit.ly/2uq1fSt

      A questão da fibra tem muita coisa que poderia ser discutida, mas é bem possível que a maioria das pessoas eventualmente apresentaria problemas com a redução drástica na ingestão de fibras que acontece numa dieta carnívora.

      De forma semelhante, a vitamina C também pode ser um problema. Claro que ela pode ser obtida por meio de suplementos, algo que não é exatamente factível com as fibras. Mas, caso a pessoa esteja pensando em obter todos os nutrientes por meio da alimentação, a chance de um consumo insuficiente de vitamina C é alto. E isso vale para outros nutrientes, como manganês, vitamina K, magnésio e especialmente folato.

      Como falei acima, é um assunto complexo. Várias coisas precisam ser levadas em consideração na hora de ponderar a viabilidade de uma dieta carnívora. E é por isso que eu só recomendo experimentar com uma dieta desse tipo quando a pessoa já testou diversas outras opções e não encontrou nada minimamente favorável para atenuar uma condição de saúde debilitante.

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  18. Boa noite!
    Vc leu alguma novidade sobre óleo de coco?
    uma medica endocrino postou dizendo que mais uma evidencia que prejudica a saude cozinhar com óleo de coco.

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    1. Olá.

      Posso garantir que não saiu nada relevante mudando o fato de que o óleo de coco é bem saudável para a saúde e uma das melhores opções como óleo de cocção.

      Se você me enviar o link sobre esse comentário da médica, ou o link do estudo original, posso explicar porque e como as pessoas interpretam de maneira errada a influência que o consumo de óleo de coco tem sobre a saúde.

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    2. Foi um post patrocinado no instagram. Não sei mais onde está
      Ela dizia que aumenta o LDL e que causa inflamação, ela recomenda óleo de girassol e ou de canola pois segundo ela os estudos mostram melhora do perfil lipídico e consequentemente menor risco.

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    3. Em primeiro lugar, vale mencionar que o aumento do LDLc decorrente do consumo de óleo de coco geralmente não acontece nos estudos. Logo, se isso é observado em apenas um ou outro estudo, não devemos usar resultados inconsistentes como esse para afirmar X ou Y sobre determinado alimento.

      Além disso, como sempre comento quando o assunto é colesterol, o aumento do LDLc por si só não é um problema se isso acontece exclusivamente por causa dos alimentos que uma pessoa consome. O aumento do LDLc representa um problema quando isso é uma consequência do acúmulo de gordura corporal e do estado de resistência à insulina ou síndrome metabólica. Ou seja, se o colesterol sanguíneo reflete um estado metabólico prejudicado, isso é um problema; caso contrário, não. Discuto esse assunto em mais detalhes aqui:

      http://cienciadanutricao.blogspot.com/2018/05/podcast-refluxo-colesterol-gordura.html

      Em relação à questão da inflamação, eu teria que ver os resultados para poder comentar melhor. De qualquer forma, esses dados seriam contraditórios com a maioria dos outros estudos que falam sobre a relação entre óleo de coco e inflamação, que mostram que o consumo desse alimento geralmente não influencia ou até mesmo diminui marcadores de inflamação.

      Resumindo: a princípio não tem por que se preocupar com o óleo de coco. E vale mencionar que, se estivermos falando de óleos *refinados* de canola e girassol, essa não é uma boa recomendação. Devido a todo o processo intensivo de extração, incluindo altas temperaturas, presença de resíduos químicos e formação de compostos potencialmente tóxicos, os óleos vegetais refinados estão longe de serem boas alternativas. Para quem tem acesso, as melhores opções sempre serão os óleos e gorduras que sofrem o mínimo processamento, como óleo de coco extravirgem e azeite extravirgem.

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  19. Qual o maior estudo ja feito na área de nutrição?
    Maior no sentido de N

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    1. Olá.

      Pode ser estudo de qualquer tipo? Ou considerando apenas ensaios clínicos? Estudo exclusivamente nutricional? Ou pode ser estudo que engloba outras áreas?

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  20. Esse estudo tem bom respaldo cientifico?

    https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4176590/


    Preciso de enviar a uma medica que esta se recusando em tratar minha tia com outras tratamentos complementares porque ela alega que vai atrapalhar. Mas tudo que falo ela diz que não tem evidencia.
    Infeluzmente mia tia não tem condições de pagar um bom nutri então eu como estudante ajudo ela.

    Mas me falta ter um bom respaldo. Eu leio muito mas artigo em ingles não sei filtrar os que tem boa metodologia.

    Obrigado. Meu nome é Rafael, de BH.

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    1. Olá, Rafael.

      Esse estudo tem uma amostra pequena. Além disso, ele avalia "apenas" qualidade de vida, e não desfechos que normalmente são considerados mais importantes, como mortalidade. Apesar disso, os resultados são positivos, o que já conta um pouco.

      Mas tudo isso é secundário nessa discussão que você traz. Tirando a parte medicamentosa, a decisão final de como o paciente vai ser tratado é do próprio paciente. Se a pessoa, ou alguém próximo a ela, encontra evidências minimamente plausíveis de que um tratamento alternativo pode ajudar, mesmo que seja "apenas" na qualidade de vida, ela tem a liberdade de experimentar.

      Não consigo pensar em nenhum alimento ou substância natural que comprovadamente atrapalha o tratamento de câncer (você não mencionou, mas imagino que esse seja o problema de saúde da sua tia). Muito pelo contrário: existem diversas evidências indiretas de que alguns alimentos, nutrientes e substâncias naturais podem potencialmente ajudar. Sendo assim, a não ser que exista algo que obviamente poderia atrapalhar, imagino que não existe razão para não experimentar tratamentos alternativos.

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  21. A alga chamada carragena que é coloca nos produtos lácteos para dar textura tem algum impacto ruim no organismo?

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    1. Olá.

      A carragena é uma substância considerada como segura, tendo em vista que vários estudos toxicológicos ao longo dos anos mostram a virtual ausência de efeitos adversos, mesmo em doses muita acima daquelas que um ser humano pode estar exposto.

      Porém, existem algumas evidências que sugerem potenciais efeitos adversos no intestino, como alteração da microbiota, aumento da permeabilidade e desencadeamento de reações inflamatórias, especialmente se houver tendência genética para isso. Tanto é que a carragena é considerada um aditivo que possivelmente está por trás dos sintomas das doenças inflamatórias intestinais.

      Em outras palavras, mesmo que talvez seja seguro para a maioria das pessoas, é no mínimo possível que seja prejudicial para algumas outras. Assim, minha recomendação continua a mesma: evite todos os aditivos que puder evitar.

      No caso dos laticínios que contêm carragena, provavelmente existem marcas que não usam. Certamente existem para os iogurtes, mas não posso dizer se isso é verdade para todos os tipos de laticínios. De qualquer forma, a própria indústria alimentícia está percebendo que os consumidores estão dando cada vez mais importância à composição dos produtos que compram, e por isso existe uma tendência de diminuição do uso de aditivos alimentares. Isso é algo que ainda está começando, mas várias marcas estão adotando essa posição.

      No mais, se não houver uma opção sem aditivos ou com o mínimo possível de aditivos, uma alternativa é simplesmente trocar o alimento. O que não falta é variedade de alimentos naturais ou não processados que contêm zero aditivos.

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    2. Boa tarde. Minha nutricionista me orientou comprar um própolis vermelha exótica ( saloman propolia) alcoolica.
      tenho 44 anos, estou na menopausa e ja tive problema nas mamas.
      Meu ginecologista orientou não tomar. Vc tem alguma experiencia com isso? tem alguma vantagem na saúde provado? Obrigada.

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    3. Olá.

      Não conhecia, mas pelo que pesquisei é apenas o nome comercial de um própolis que supostamente possui um método de extração diferenciado.

      De qualquer forma, nunca vi estudos mostrando algum motivo de contraindicação ao uso de própolis. Muito pelo contrário: as evidências basicamente mostram efeitos neutros ou positivos da ingestão de própolis. É verdade que não podermos afirmar muita coisa com tanta certeza, porque até o momento os estudos com própolis tendem a ser não muito numerosos, pequenos e de curta duração, mas ainda assim os resultados sugerem potenciais efeitos benéficos para a saúde.

      Acredito que a melhor opção é perguntar ao seu ginecologista por que motivo ele te orientou a não usar o própolis. E dependendo da explicação, pedir que ele te aponte as evidências que dão suporte a essa ideia de contraindicação.

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    4. Vou explicar meu caso, acho que ficou mal explicado. E também não é uma consulta não é rsrs.

      Tive uma alteração renal no exame de sangue, creatinina deu alta e o IFGE deu 51. E deu pouco de proteina na urina. Meu ginecologista passou me encaminhou ao nefrologista e irei fazer uma bateria de exames de sangue e ultrassom..

      A nutricionista passou o própolis e quando o gineco reclamou eu liguei pra ela, e ela disse que foi justamente pra isso. (Proteção dos rins) e depois, via whats-app disponibilizou links com artigos, eu caí na besteira de enviar ao ginecologista que recomendou simplesmente: "Esse trabalho não diz nada. Pouquissimas pacientes testadas"

      Vou lhe passar quem sabe vc não pode dar uma checada. Tenho 44 anos, sou de Minas Gerais.


      Effects of Brazilian green propolis on proteinuria and renal function in patients with chronic kidney disease: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial.


      Obrigada. Daniela

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    5. Como falei, os estudos com própolis não são muitos e geralmente são pequenos. Isso é verdade para quase todos os estudos com alimentos, nutrientes ou substâncias naturais, simplesmente porque o investimento financeiro nessas áreas é bem menor do que na área de medicamentos. Para as empresas e instituições que estão por trás de tudo, é muito difícil ganhar dinheiro financiando estudos de nutrição, ao contrário do que acontece para estudos com medicamentos.

      Sim, o estudo tem uma amostra pequena, mas o tempo de acompanhamento é bem considerável. Além disso, os resultados foram bem interessantes, com redução de 50% na proteinúria. Vamos criar um cenário hipotético em que vários outros estudos similares a esse foram feitos, e que os resultados de todos eles foram nulos. A partir disso, não faria sentido recomendar a ingestão de própolis para diminuir a proteinúria. Mas também não faria sentido dizer que o própolis é contraindicado para pessoas que apresentam esse quadro. Porque a contraindicação só deve acontecer quando são observados efeitos negativos. Se o efeito é neutro/nulo, o suplemento seria simplesmente ineficaz, mas também não estaria causando nenhum problema.

      Voltando para o seu caso: considerando que temos um estudo que no mínimo mostra o potencial benéfico da suplementação com própolis, e que ao mesmo tempo não mostra efeitos adversos, a princípio não existe motivo para contraindicar a suplementação. Na verdade, o simples fato da suplementação ser segura, e ao mesmo tempo possivelmente positiva, é suficiente para considerarmos o uso do própolis. A contraindicação do seu médico não faz sentido.

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    6. Ele disse que a relatos de insuficiencia renal aguda causado pro própolis. Isso que me deixou preocupada. Confio muito na nutricionista, ela é estudiosa. Porém se der problema agudo não vai ser ela que vai me ajudar né.
      Mas sua opinião me encorajou. Obrigada João. Boa sexta!!

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    7. Encontrei o artigo que fala sobre a relação entre própolis e insuficiência renal aguda. O estudo é um relato de caso, sobre um paciente que apresentou insuficiência renal aguda após o uso de própolis. Depois da retirada e reintrodução do suplemento, ficou essencialmente confirmado que a insuficiência renal aguda de fato aconteceu por causa do própolis.

      Aqui está o link do estudo (se quiser o pdf, entre em contato comigo por email):

      https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0272638605013272

      Mas a história tem um outro lado. Como relatado no próprio estudo, outros membros da família do paciente também vinham fazendo uso do mesmo suplemento de própolis durante o mesmo período, mas nenhum deles apresentou qualquer tipo de problema. Além disso, não existem outros estudos fazendo relação entre a ingestão de própolis e prejuízos na saúde renal. É claro que, nesse caso, a ausência de estudos não necessariamente é uma confirmação de que o própolis não é danoso para a saúde renal de algumas pessoas. Mas isso, junto ao fato de que existem alguns estudos mostrando potencial ação positiva do própolis na função renal, indica que esse suplemento provavelmente é seguro, e possivelmente benéfico, para a saúde dos rins.

      Existe a chance de alguns de nós ter a predisposição para apresentar insuficiência renal aguda em resposta ao própolis, assim como o paciente do estudo? Talvez, pois não tem como sabermos a maioria das nossas predisposições. Mas considerando a literatura científica, e o fato de que o própolis vem sendo usado de maneira segura por centenas ou milhares de anos, podemos afirmar que a maiorias das pessoas muito provavelmente não possui reações adversas agudas como essa que o paciente do estudo apresentou.

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  22. Boa tarde. Saberia me dizer qual a diferença de "celiac disease" para "coeliac" ?

    estava lendo um artigo que usaram esses dois termos como sendo entidades distintas.

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    1. A diferença é que "celiac" é a forma usada no inglês americano, enquanto "coeliac" é no inglês britânico. Se o artigo realmente usou os termos como entidades distintas, houve um erro por parte dos autores. Se quiser citar o artigo, posso conferir para ver se tem alguma coisa que poderia explicar essa questão.

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  23. Boa noite. Animei a comprar o propolis de tanto ver no instagram de alguns nutrionistas. O Luciano Bruno recomenda alcoolico acima de 14%

    Eu comprei um que está escrito Extrato seco mínimo de 25%
    e Concentração 48º Brix.
    Saberia me informar o que é isso? esses valores são bons?

    Muito obrigada. Renata.

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    1. Olá, Renata.

      Sobre o grau Brix: https://en.wikipedia.org/wiki/Brix.

      Mas o que conta mesmo nesse caso é a concentração de 25% descrita no rótulo, o que significa que pelo menos 25% do produto corresponde ao própolis.

      Dito isso, talvez o mais importante de tudo é que você comentou sobre o uso de própolis durante esse período de coronavírus. Eu, pessoalmente, não recomendaria o suplemento nesse momento. Ele pode ser uma faca de dois gumes. Por um lado, o própolis pode melhorar a imunidade como um todo. Por outro lado, ele pode potencializar especificamente a resposta inflamatória que causa danos pulmonares em pessoas suscetíveis que foram infectadas com coronavírus.

      Não existem dados super concretos sobre isso. É só uma suposição teórica sobre o possível efeito do própolis em um dos mecanismos inflamatórios de infecções como a do coronavírus. E a princípio seria preocupante apenas em pessoas infectadas que já apresentam sinais e sintomas mais graves. Ou seja, teoricamente não é preocupante para pessoas não infectadas e muito possivelmente não é preocupante para pessoas infectadas sem sintomas.

      De qualquer forma, existe uma série de outros alimentos e suplementos que contribuem para a melhora da imunidade geral do organismo. Por isso, minha sugestão é não fazer o uso de própolis durante esse período.

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    2. Sério? to usando ha 6 dias.
      De manhã, junto no shot de limão cúrcuma, coentro e canela.

      Tem algum estudo que mostre que o proprolis piorou o pulmão de quem tem corona?
      Obrigada!!!

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    3. Não, não existem estudos mostrando isso. É como falei no outro comentário: é uma suposição teórica a partir de como o própolis afeta a inflamação. Em pessoas infectadas, especialmente se estiverem apresentando sintomas, o própolis teoricamente poderia potencializar a resposta inflamatória e possivelmente o dano pulmonar devido ao estímulo na produção de IFN-gama, por exemplo.

      Por isso, reforço que minha recomendação é baseada em dados indiretos de como o própolis poderia afetar uma pessoa com coronavírus. Ela é baseada na precaução de que vale mais evitar um potencial efeito negativo do que "arriscar" um potencial efeito positivo.

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  24. Existe evidencia cientifica da vitamina C em altas doses no tratamento de infecção pulmonar?
    Obrigada, boa noite.

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    1. Olá.

      Até existem alguns estudos em animais mostrando o efeito da vitamina C em amenizar inflamação nos pulmões. Mas não necessariamente ligada a infecções, e ainda assim os trabalhos são escassos. Em seres humanos, por uma falta ainda maior de evidências, como é o caso da relação entre vários nutrientes e os mais diversos desfechos, não há nada que realmente sugira essa possibilidade.

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    2. Esse estudo de revisão cita os poucos ensaios clínicos que se encaixam nesse contexto:

      https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2099400/

      Além dos problemas respiratórios tratados variarem entre os diferentes ensaios clínicos, os resultados, quando positivos, são muito modestos. Mas boa parte dos resultados foram nulos. Sem contar a qualidade dos estudos, que provavelmente pode ser questionada, considerando que alguns deles são bem antigos.

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    3. Olá!!
      Estou achando isso tudo muito estranho pois um médico que eu sigo perdeu sua conta no youtube, e excluiu o video no instagram e tinha postado uma entrevista sobre vitamina C e COVID-19.
      O artigo que na entrevista o pesquisador tinha mostrado começava com "vitamin C Infusion for the Treatment of Severe 2019-nCoV Infected Pneumonia"

      Mas as pessoas comentaram em outro post que ele foi denunciado por fake news então foi deletado.

      Eu acredito muito no poder da vitamina C


      Obrigada pela sua contribuição, irei ler o artigo que postou.

      Boa semana.

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  25. O pesquisador se chama Zhi Young Peng

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    1. Esse estudo existe, mas ainda está em andamento. Aqui está o link com as informações básicas sobre ele:

      https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT04264533

      O primeiro ponto a ser ressaltado é que, como o estudo ainda não foi concluído, não podemos dizer basicamente nada a respeito dele. O segundo ponto é que o estudo se propôs a usar infusão de vitamina C, que é algo totalmente diferente da ingestão de um nutriente. Pela via oral (ingestão), a absorção de vitamina C é consideravelmente limitada, a princípio não passando de 500 miligramas por refeição. No caso da infusão usada no estudo, a quantidade é de 24 *gramas* divididos em duas dosagens, ou seja, algo impossível de se obter por via oral, mesmo com superdosagens.

      Isso tudo significa que, ainda que o estudo seja publicado a tempo de ser relevante para essa crise do coronavírus, e ainda que ele apresente resultados positivos, não será possível extrapolar os dados para afirmar que a suplementação oral com vitamina C possui algum efeito em infecções pulmonares. Porque as vias de administração e as dosagens são extremamente diferentes.

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    2. Sim, não era sobre oral, ela endovenoso mesmo.

      Obrigada pelo comentário.

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  26. Boa noite, Sou eu Lucas, de novo...

    Queria tirar uma dúvida, um estudo que provou que dieta cetogênica e suplementação de N-Acetil-cisteína reduziu substancialmente o cancer de tireóide do tipo anaplásico ( que é bem letal ) em camundongos.

    Como é dieta e suplemento, poderia indicar pra uma mulher que tenha esse mesmo câncer ou é considerado extrapolação ?
    Muito obrigado!

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    1. Olá, Lucas.

      Certamente é uma extrapolação. Eventuais estudos futuros em humanos poderiam vir a mostrar os mesmos efeitos, mas ninguém sabe ao certo. O fato é que, enquanto não existem evidências em seres humanos, não podemos afirmar nada com muita precisão.

      E não só porque pessoas são diferentes de um animal A (assim como esse animal A também é diferente de um animal B), mas também porque as dosagens utilizadas nos estudos com animais geralmente são bem superiores às quantidades que são realisticamente possíveis de serem ofertadas ou suplementadas para seres humanos.

      Apesar dessas considerações, isso não quer dizer que não podemos pensar numa estratégia nutricional baseada em evidências indiretas, como é o caso de estudos observacionais ou estudos em animais. Podemos sim. Mas temos que ter em mente que, em casos assim, estamos trabalhando com algo mais especulativo do que concreto.

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    2. Perfeito, obrigado!

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  27. PArabéns pelo site, bastante novidade para mim os temas abordados porém Preciso saber a verdade cientifica sobre oleo de coco
    ME ajude por gentileza. É saudavel ou não? meu marido é revendedor de um mercado e trás sempre o óleo de coco extravirgem e estamos cozinhando e fazendo ovo todos os dias pela manha com CURCUMA E OREGANO E MANGERICÃO NO OVO. porém sempre lemos as divergencias nutricionais na internet.
    Meu exame de gordura no sangue está ok. O dele elevado mas toma remédio pra baixar colesterol.
    Obrigada. Marta Moreira

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    1. Olá, Marta.

      Não precisa se preocupar com o óleo de coco. Ele é sim uma opção saudável, assim como os outros alimentos que você citou. Obrigado pela leitura!

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  28. Dizem que vitamina C aumenta a chance de pedra no rim é verdade né?
    e água com limão também ou só a vitamin C artifical?
    Obrigado

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    1. Olá.

      Existem algumas evidências que apontam para a possibilidade da suplementação com vitamina C aumentar o risco de pedra nos rins. Mas isso não é uma certeza. Se estudos futuros confirmarem isso, a princípio se aplicaria apenas à suplementação, e não ao consumo de vitamina C proveniente dos alimentos.

      A mesma lógica vale para a água com limão: a quantidade de vitamina C está muito longe do que seria suficiente para causar problemas como esse, caso a associação entre suplementação de vitamina C e pedra nos rins seja um dia confirmada.

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    2. Entendi cara
      eu tomo todo dia água com 1 limão espremido pensando na vitamina C, é muito pouco?

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    3. É pouco, se essa for sua única fonte minimamente razoável de vitamina C. Mas não é difícil consumir a quantidade que o corpo precisa: basta ingerir diariamente duas ou três porções de frutas ricas em vitamina C, como laranja, mamão, goiaba, morango, kiwi ou abacaxi.

      O limão até possui uma quantidade comparável de vitamina C a algumas dessas frutas. O problema é que a quantidade total de limão que você acaba ingerindo ao espremer a fruta é bem menor do que comer porções normalmente consumidas das frutas que eu citei. Logo, a quantidade de vitamina C também vai ser menor no caso do limão.

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    4. Não como essas frutas, laranja no máximo 1 x por semana, mamão e morando nem se fala... morango tem muito agrotóxico.

      Mas vou tentar aumentar a laranja. Obrigado

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  29. Ola boa noite
    Dicas de alimentos bons para psoriase artropaticas e inguinal

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    1. ungueal é o nome correto.
      Obrigada

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    2. Olá.

      As melhores recomendações gerais que posso dar para qualquer caso de doença autoimune: restringir totalmente a ingestão de glúten; reduzir ao máximo a ingestão de aditivos alimentares, trocando tudo o que for possível de produtos processados e industrializados por alimentos naturais e não processados; e se informar e considerar o Protocolo da Vitamina D.

      Para mais informações sobre o Protocolo:

      https://vitaminadporumaoutraterapia.wordpress.com/o-tratamento/

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  30. Oi João, já leu estudos relacionando alumínio nos anti-transpirantes e doenças crônicas? acha que tem alguma relevância? tenho usado leite de magnésio e funciona bem

    O que acha desses artigos? tem alguma relevância cientifica ou só suposições?
    https://sci-hub.tw/https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15629740

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    1. Olá.

      Não estou familiarizado com esse assunto em particular. Mas não é novidade que, além da via oral, estamos potencialmente expostos a componentes tóxicos por outras regiões do corpo, como as vias respiratórias e a pele.

      Acredito que a pele é bastante subestimada como via de exposição a substâncias potencialmente tóxicas. A pele inclusive possui sua própria microbiota, o que demonstra que esse tecido/órgão provavelmente tem uma relevância de nos proteger ainda maior do que normalmente se considera.

      Com o tempo, temos dado cada vez mais atenção às coisas que ingerimos na alimentação. Um exemplo relativamente recente é a conscientização de que existem componentes tóxicos em materiais plásticos, e que devemos minimizar o consumo de alimentos que tiveram contato com embalagens ou recipientes desse material. Seguindo essa mesma linha, provavelmente deveríamos tomar muito mais cuidado com as coisas que colocamos em contato com a nossa pele.

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  31. Boa noite, vc conhece uma torrada da Marilan que é integral, diz ser cerais integrais no 1 ingrediente. Acha que vale a pena usar?
    OI nome é Magic Toast LEV. Marilan
    Como com geléia de fruta organica sem açucar, ou manteiga artesanal.

    Obrigado. Breno

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    1. Olá, Breno.

      É um produto que não possui aditivos alimentares prejudiciais, então não chega a ser uma opção ruim. Se o resto da sua alimentação for composta basicamente por alimentos não processados, provavelmente está tudo bem.

      O problema é quando a pessoa inclui vários outros produtos processados na dieta, em detrimento do consumo de alimentos nutricionalmente mais ricos.

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  32. Fala João, tudo bem?
    Vitamina k2 mk7 pode de fato descalcificar uma artéria ? já leu algum estudo sobre isso? Me refiro ao uso de suplemento

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    1. Olá.

      O máximo de evidência que temos é que a suplementação com vitamina K2 MK-7 pode, talvez, reduzir a progressão da calcificação arterial. Não é uma certeza, apenas uma possibilidade.

      Mas é importante dar ênfase nessa parte: a suplementação não seria capaz de *diminuir* a calcificação que já está lá, mas apenas *reduzir a velocidade* do processo de calcificação que continua ocorrendo (considerando que os fatores responsáveis pela calcificação, que não podemos saber exatamente quais são, se mantenham constantes).

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    2. Sim a vitamina K2 descalcifica juntamente com magnésio, não existe milagre em um unico micronutriente, tem que ter a orquestra.

      Magnésio quelato e vitamina K2 trata osteoporose e doença cardiaca pois a doença cardiaca tem a mesma fisiopatologia, o metabolismo erronio do calcio.

      Mas tem que ser a longo prazo, não adianta tomar 1 mes. Procure um nutri funcional ou médico que entenda desse assunto para fazer a dosagem correta.

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    3. Pessoal, por favor não vamos afirmar coisas sem o devido cuidado. Existem vários estudos mostrando que a suplementação com vitamina K2, até agora, nunca foi eficaz em reverter a calcificação vascular em seres humanos. Alguns dos trechos abaixo estão encurtados para irmos direto ao ponto, mas podem ser visto na íntegra nos links que acompanham cada trecho:


      "Oral administration of vitamin K2 in patients on haemodialysis ... did not have an effect in the progression of aortic calcification".
      (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31529295)

      "MK-7 supplementation tended to increase active calcification measured with 18F-NaF PET activity compared with placebo, but no effect was found on conventional CT".
      (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31387121)

      "Despite high dose MK-4 supplementation, CAC [Coronary Artery Calcification] increased +14 % annually".
      (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27175730)

      A 270-day course of vitamin K2 administration in patients with CKD stages 3-5 ... does not significantly affect the progression of calcification".
      (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26176325)


      Apesar disso, esses mesmos estudos mostram que a suplementação com vitamina K2 leva ao aumento na capacidade do corpo em evitar que a calcificação vascular ocorra de maneira acelerada. É por isso que, apesar de não termos evidências de que a vitamina K2 pode reverter a calcificação vascular, alguns estudos apontam para a possibilidade de *desaceleração* desse processo. Em outras palavras, suplementar com vitamina K2 pode ser potencialmente benéfico sim: não por causa da reversão da calcificação, mas sim pela desaceleração do processo.

      Em relação ao uso de magnésio, se fizermos uma busca abrangente por ensaios clínicos que combinam vitamina K2 e magnésio no combate à calcificação vascular, encontraremos exatamente *zero* resultados:

      https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=((vitamin+k2%5BTitle%5D+OR+menaquinon*%5BTitle%5D)+AND+magnesium%5BTitle%2FAbstract%5D)+AND+calcification%5BTitle%5D

      Logo, também não podemos afirmar que a suplementação conjunta de vitamina K2 e magnésio necessariamente possui um efeito sobre a calcificação vascular. Não é uma questão de simplesmente acharmos que fisiologicamente faz sentido ou não. E também não estou afirmando que estudos futuros não possam vir a mostrar que a combinação entre vitamina K2 e magnésio seja eficaz em reverter ou desacelerar a calcificação vascular. Mas uma coisa é certa: não podemos afirmar que determinada suplementação produz determinado efeito se simplesmente não existem estudos que mostram isso.

      O fato é que, até o momento, ninguém sabe se existe algum tipo de intervenção realmente capaz de reverter, e não apenas desacelerar, a calcificação vascular. Além disso, não sabemos se reverter a calcificação necessariamente é algo positivo, ou se seria melhor do que simplesmente desacelerar o processo. Só o tempo e a ampliação dos estudos nessa área podem dizer.

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  33. Alguma suplementação boa para a pele? colágeno etc....

    Obrigada.

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    1. Olá.

      Não posso recomendar nada específico porque, em casos como esse, é preciso conhecer bem o contexto da pessoa para saber como proceder.

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  34. 88 gramas de carboidrato na forma de chocoate é muito?
    sou magro mas estou ingerindo muito doce.
    Um vício mesmo, não consigo parar e cada vez como mais.
    Um total de 184 gramas de sódio tambem e 64 gramas de gordura totais

    como 4 barrinhas por dia. gasto quase 30 reais . Não sei como parar com esse vício. Sinto uma necessidade enorme

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    1. Olá.

      Para a maioria das pessoas, incluindo provavelmente o seu caso também, essa é uma quantidade elevada sim. Só que pelo seu relato esse é um problema comportamental, e não nutricional.

      Minha recomendação é que você procure um psicólogo ou algum tipo de terapia que possa lidar diretamente com o problema. O primeiro passo você já deu, que é reconhecer o vício. Agora é encontrar formas efetivas e sustentáveis de superar isso.

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  35. BOA TARDE MINHA OFTALMOLOGISTA MANDOU TOMAR AREDIS. PORÉM O VIDEO DO LAIR RIBEIRO DIZ QUE ESSA MEDICAÇÃO NADA MAIS É QUE A GEMA DO OVO. VOCÊ PODERIA ME DAR SUA OPINIÃO, ACHA QUE VALE A PENA COMPRAR OU MANTENHO OS OVOS PELA MANHÃ?
    OBRIGADA. MARLENE. ADORO AS RESPOSTAS AQUI NO BLOG. APRENDO MUITO

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    1. Olá, Marlene.

      Não é fácil encontrar na internet a quantidade de cada um dos nutrientes presentes na formulação do suplemento. Você tem essa informação? Porque com essa informação talvez eu possa te dar uma resposta mais completa.

      De qualquer forma, não tem como dizer que comer ovos é exatamente a mesma coisa que usar esse suplemento. Ovos apresentam vários nutrientes em grande quantidade em sua composição, mas não são muito ricos em zinco, vitamina C e vitamina E.

      Por outro lado, a gema do ovo apresenta sim boa quantidade de luteína e zeaxantina. Esses nutrientes por si só são bem importantes para a saúde ocular. Na verdade, entres os cinco nutrientes presentes no suplemento, esses dois podem ser considerados os mais importantes. Então consumir ovos diariamente é uma boa ideia de qualquer maneira. Se por algum motivo você optar por não consumir o suplemento, recomendo continuar consumindo ovos todos os dias.

      Dependendo da quantidade de zinco, vitamina C e vitamina E presente no suplemento, talvez seja possível obter a mesma quantidade desses nutrientes (ou até mais) pela alimentação. Seguem algumas sugestões:

      1) Boas fontes de zinco: frutos do mar, carne vermelha, semente de abóbora e castanha de caju.

      2) Boas fontes de vitamina C: mamão, laranja, kiwi, goiaba, morango e abacaxi.

      3) Boas fontes de vitamina E: semente de girassol, amêndoas, amendoim, abacate e azeite.

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    2. MUITO OBRIGADA . IREI SEGUIR ESTA LISTA

      SEGUE A COMPOSIÇÃO DO MEDICAMENTO:

      LUTEÍNA= 10 MG
      ZEAXATINA = 2 MG
      COBRE = 900 MG
      ZINCO = 7 MG
      VITAMINA E = 10 MG
      VITAMINA C = 45 MG

      QUAL SUA OPINÃO. CUSTA 105 REAIS ESTE REMÉDIO.
      SE PUDER OVO EU PREFIRO.

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    3. Você precisa consumir aproximadamente 3 gemas por dia para obter 1 mg de luteína e 0,7 mg de zeaxantina. Ou seja, o suplemento é bem mais concentrado nesses nutrientes do que o ovo. Mas isso não quer dizer que o suplemento é necessariamente melhor. Porque não é apenas a quantidade propriamente dita dos nutrientes que importa, mas também o quanto absorvemos de cada fonte onde esses nutrientes estão disponíveis. O ovo, por exemplo, é um caso em que temos uma biodisponibilidade bem alta para esses nutrientes, o que significa que eles são muito bem absorvidos.

      Não tem como fazer uma comparação perfeita entre o ovo e esse suplemento, porque não temos estudos que compararam diretamente essas duas fontes de luteína e zeaxantina. Mas eu não duvidaria que 1 mg de luteína do ovo, por exemplo, fosse equivalente aos 10 mg de luteína do suplemento.

      Mas, além do ovo, existem algumas fontes vegetais com alta concentração de luteína e zeaxantina. Exemplos: couve, espinafre, mostarda (folha) e acelga. Pode valer a pena incluir pelo menos algumas dessas na sua alimentação.

      Em relação aos outros nutrientes, você consegue facilmente obtê-los se incluir algumas porções dos alimentos que sugeri no outro comentário. Lé eu não falei especificamente do cobre, mas essa quantidade presente no suplemento também é fácil de ser atingida numa alimentação diversificada.

      Minha opinião final: eu provavelmente não recomendaria o suplemento caso a pessoa não tivesse problema em consumir pelo menos 2 ou 3 ovos por dia, e não tivesse problema em ter uma alimentação diversificada e predominantemente composta por alimentos não processados.

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  36. Tenho uma duvida sobre artigos.
    Quando um estudo é feito em rato por exemplo pra demonstrar se o corante caramelo IV causou cancer, chega a conclusão que não.
    O estudo para, ou tem que fazer em seres humanos? é possivel fazer mal pra humanos mas não pra ratos?
    Obrigado

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    1. Olá.

      Pesquisadores que trabalham com animais costumam focar nisso, assim como pesquisadores que trabalham com seres humanos costumam também focar na própria área. Existem exceções, mas geralmente é assim que funciona. Então estudos com animais geralmente não "continuam" por si só. Na verdade, quando estudos independentes com animais vão sendo acumulados, e as evidências começam a apontar em determinada direção, aí sim pesquisadores que trabalham com seres humanos começam a averiguar como condições similares se traduzem em pessoas.

      Quando um estudo específico não mostra um efeito negativo de determinada substância que se suspeita ser prejudicial, o que acontece é que outros estudos, do mesmo grupo de pesquisadores ou de outros grupos, podem ser conduzidos para confirmar ou refutar o que foi observado no primeiro momento. Ou os pesquisadores podem testar condições similares com algumas mudanças, para ver se nessas condições efeitos negativos são observados**.


      **Pode parecer óbvio, mas aqui o ideal é que os pesquisadores, consciente ou inconscientemente, tentem ao máximo não manipular as condições para que os efeitos que eles gostariam de observar sejam observados. É por isso que a imparcialidade é tão importante para quem trabalha na área de pesquisa. Você deve criar condições experimentais que fazem sentido, e não condições que teriam mais chance de confirmar suas hipóteses pré-concebidas. O objetivo da pesquisa é explorar e descobrir fatos, e não necessariamente encontrar os resultados que você gostaria de encontrar ou acredita de antemão que correspondem à realidade.


      Nem sempre as condições iniciais que você prepara, como pesquisador, vão ser as ideais para se observar o que pode ser observado num experimento. Então estudos subsequentes podem ser necessários para se encontrar a melhor forma de testar ou controlar variáveis, para que sejam obtidos os resultados mais imparciais ou fiéis à realidade.

      Ou nada disso pode acontecer e os pesquisadores podem simplesmente partir para outra linha de pesquisa. Vai depender de várias coisas, especialmente do que as evidências sobre aquele assunto, considerando toda a literatura científica e os resultados encontrados no próprio estudo, sugerem para aquela área de pesquisa até aquele momento.

      Mas é possível uma substância que aparentemente não causa problemas em animais causar problemas em seres humanos? Claro que sim, porque animais diferentes possuem metabolismos diferentes, às vezes extremamente diferentes. Isso não quer dizer que essa divergência é algo comum de acontecer, mas é totalmente possível. Apesar disso, é difícil estudos que não mostram efeitos negativos em animais serem seguidos de outros estudos que testariam os possíveis efeitos prejudiciais em seres humanos.

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  37. Boa noite gostaria de saber de vc se é verdade o estudo de San Francisco que mostrou que 69% da carne e leite via carbono14 eram milho

    Como faço pra descobrir se isto é verdade., Boa noite. Mirliane.

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    1. Olá, Mirliane.

      Não sei de qual estudo você está falando. Tem como enviar um link? Só posso comentar se eu tiver acesso ao estudo completo.

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    2. Nao tem estudo pois a pessoa diz sem mostrar os estudos;
      Vc sabe dessa informação

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    3. Não precisa ser necessariamente o link do estudo, pode ser o link do site que contém essas informações. Porque eu precisaria de mais detalhes sobre o suposto estudo para tentar encontrar ele.

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  38. Bom dia. existe comprovação para as indicações da magnésio?
    alguns falam que o treonato é pro cerebro, dimalato pro coração, glicina pro osso e cloreto intestino.
    Logico que todos vão pro corpo todo, mas supondo que esses subtipos quelados tem uma "preferencia" . Vc acredita nisso?
    Abraço

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    1. Olá.

      Antes de mais nada, vale citar é que os estudos que avaliam a captação de nutrientes em órgãos ou tecidos específicos são feitos em animais. Isso não diminui a importância desses estudos, mas ao mesmo tempo significa que eles não necessariamente representam o que acontece com seres humanos.

      Dito isso, as evidências de fato sugerem que formas diferentes de magnésio tendem a ser mais absorvidas ou menos absorvidas por diferentes órgãos ou tecidos. Esse ponto provavelmente não tem o que se discutir. As perguntas que ficam são as seguintes:

      1) Como a base são os estudos com animais, será que essas diferenças na captação de magnésio, a partir de diferentes elementos quelantes, também acontecem em seres humanos?

      2) Digamos que, com as mesmas quantidades ingeridas, o cérebro acumula 0,1 mg de magnésio treonato e 0,01 de magnésio malato. E digamos que a ingestão diária dessas duas formas de magnésio se mantém constante. Será que faz diferença para as células do sistema nervoso central terem esse acúmulo 10 vezes maior com o magnésio treonato? Ou será que o acúmulo de 0,01 do magnésio malato já é suficiente (ou até mais do que suficiente) para essas células?

      Essas perguntas, e até mesmo outras perguntas relevantes que a gente poderia tentar pensar, são extremamente difíceis de serem respondidas. Primeiro porque os investimentos em estudos na área de nutrição são muito inferiores aos investimentos em outras áreas da saúde, então é bem baixa a chance de termos estudos relevantes em qualidade e quantidade. Em segundo lugar, a gente talvez nem tenha a capacidade de avaliar essas variáveis de maneira verdadeiramente eficaz em seres humanos, devido às restrições que estudos com seres humanos possuem em relação a estudos com animais.

      De qualquer forma, acredito que o mais importante é ter em mente que precisamos de uma dieta variada, baseada em alimentos não processados, para garantir a ingestão adequada dos diversos nutrientes que são tão essenciais para o equilíbrio do corpo. É mais importante garantir o básico do que se preocupar demais com detalhes que muito possivelmente não fazem tanta diferença assim. O corpo é um sistema tão inteligente que ele mesmo consegue balancear pequenos desequilíbrios que venham a acontecer, desde que os requisitos básicos do organismo sejam atendidos.

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  39. Não entendi bem.
    Preciso repor pois o solo é pobre.

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    1. Não tem problema aumentar o consumo de magnésio, seja pela alimentação ou por suplementação. O ponto principal do que eu expliquei acima é que, na prática, para a maioria das pessoas, provavelmente não faz muita diferença o tipo de magnésio usado quando for o caso de suplementação. Existem exceções, mas podemos generalizar dessa forma.

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  40. BOa noite. tudo bem!? recomendação de 2 castanha do pará por dia é suficiente pra selenio?
    supementar 75 mcg pode ser arriscado queria manipular mas tenho medo minha endocrino nao quer.

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    1. Olá.

      Nem sempre tem como garantir que as castanhas-do-pará vão ser ricas em selênio, poque isso depende do solo onde elas cresceram. Elas geralmente são, mas não necessariamente sempre.

      Apesar disso, o selênio é bem mais abundante em outros alimentos do que algumas pessoas imaginam. Nos últimos, foi tanto foco na castanha-do-pará como superalimento rico em selênio que podemos ficar com a impressão de que basicamente não existem outros alimentos que são boas fontes desse nutriente. Mas isso não é verdade. Peixes e carnes em geral, ovos, arroz integral, feijão, aveia e laticínios são alguns exemplos de boas fontes de selênio.

      Com uma dieta variada e predominantemente composta por alimentos não processados, com ou sem castanha-do-pará, não é difícil alcançar a necessidade diária de selênio que o corpo precisa. Se as duas unidades recomendadas de castanha-do-pará forem adicionadas, a princípio torna-se trivial atingir a necessidade diária desse nutriente. Exceto em casos específicos onde existe uma necessidade terapêutica, a suplementação não é necessária.

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    2. laticinios??? vc ingere leites?
      descupe mas é um veneno. Pesquise sobre as vacas holandesas e zebu
      O leite da caixinha é rico em caseína inflamatoria. Não consumo ha anos... boa noite. obrigada pela sugestão.

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    3. Por favor, se for criticar alimentos, ideias, conceitos ou recomendações, não custa nada colocar referências. Aqui é um espaço de diálogo, não de julgamento ou verdades absolutas.

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  41. Existe beneficio na supementação de cromo GTF?

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    1. Olá.

      Não existem estudos em humanos avaliando a eficácia do fator de tolerância à glicose (GTF) sobre parâmetros metabólicos. Dito isso, os estudos em animais tendem a mostrar que o GTF não precisa ser ingerido para exercer seus efeitos, tendo em vista que ele é produzido naturalmente na presença de cromo, niacina e alguns aminoácidos, por exemplo.

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  42. Boa noite. Sou eu de novo! Ja perguntei sobre vitamina D uma vez!

    Fui diagnosticada com Nefropatia de IgA. o medico quer prescrever corticoide em pulso e me passou Losartana por resto da vida, mesmo com minha pressão baixa.

    Pesquisando com minha filha, achamos varias estudos com dieta para essa condicação que gera um ataque nos rins e causa aumento da creatinina e liberação de proteina na urina....


    vc acha que vale a pena eu seguir dieta sem gluten?

    https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25807036/


    Muito obrigada!!

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    1. Olá.

      Sim, a princípio recomendo dieta sem glúten para todos as pessoas que apresentam doenças relacionadas ao sistema imunológico. Além disso, sugiro as seguintes recomendações básicas para esses quadros: suplementação ou aumento no consumo semanal de ômega-3; maior ingestão de alimentos ricos em vitamina A e carotenoides; suplementação de vitamina D e exposição ao sol todos os dias.

      Outra opção que pode levar a bons resultados em pacientes com condições relacionadas ao sistema imunológico é a prática do jejum intermitente. Reduzir a janela de alimentação para 8 horas por dia, fazendo refeições apenas entre 12:00 e 20:00, por exemplo, é uma forma simples de introduzir a prática do jejum intermitente. Aqui o foco não está em mudar os alimentos da dieta, apenas o momento em que esses alimentos são ingeridos ao longo do dia.

      E a parte essencial, que nunca deve ser deixada de lado: reduzir ao máximo o consumo de alimentos industrializados e processados. O foco deve sempre ser em alimentos naturais e não processados.

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    2. Muito obrigada pela generosidade de ajudar e dar sua opinião .
      Com certeza irei segui-las.... boa noite que Deus lhe abençõe.

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  43. Boa noite.
    A deficiencia de vitamina B12 pode causar cansaço mesmo sem estar com anemia?

    minha b12 esta 300. porem o exame de sangue normal. Estou tão cansado e sem animo pra fazer nada, nem ginástica estou conseguindo.

    Obrigado.

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    1. Olá.

      Sim, uma pessoa pode apresentar cansaço por insuficiência de vitamina B12 mesmo se esse quadro não corresponder a uma anemia, embora seja menos comum. Mas esse resultado de 300 pg/mL, apesar de não ser tão alto, ainda pode ser considerado normal.

      De qualquer forma, vale lembrar que cansaço é um sintoma muito inespecífico, ou seja, pode significar um monte de coisa. Pode estar ligado à sua alimentação, mas a chance de não estar ligado à nutrição também é muito grande.

      Desculpa não poder ajudar muito, principalmente porque cansaço é um sintoma que pode significar tanta coisa. Mas um começo seria pensar em tudo que você conseguir lembrar que mudou na sua vida nos últimos meses, tudo que pode ter afetado sua saúde física ou emocional. Nem sempre a dieta é a resposta, embora manter uma alimentação saudável certamente ajuda em tentar avaliar outros fatores.

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  44. Boa noite.
    Qual o mecanismo, ou provável mecanismo, para justificar a conduta de eliminar o glúten da dieta de pessoas com doenças imunológicas que vc citou sem apresentar, concomitantemente, a doença celíaca (que comprovadamente aumenta a permeabilidade intestinal)?
    Obrigado

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    Respostas
    1. Olá.

      Não temos certeza sobre os mecanismos exatos, mas as evidências sugerem relação direta com pelo menos três fatores: a microbiota intestinal, a permeabilidade intestinal e as células imunológicas que permeiam o intestino. Todos esses fatores estão relacionados entre eles, então provavelmente todos possuem algum papel na relação entre glúten e doenças autoimunes.

      Além disso, temos estudos com animais mostrando duas coisas interessantes: 1) a exclusão do glúten pode prevenir o surgimento de doenças autoimunes que ainda não se desenvolveram; 2) a retirada do glúten da dieta pode reduzir ou eliminar alguns sinais, sintomas e marcadores de doenças autoimunes que já se desenvolveram.

      Mas ainda estamos bem longe de entendermos o papel do glúten nas doenças autoimunes como um todo. Eu recomendo a exclusão do glúten para pessoas com doenças autoimunes, ou para pessoas que possuem histórico familiar de doenças autoimunes, porque é algo relativamente fácil de se colocar em prática. Principalmente quando se leva em consideração que o potencial benefício (o não desenvolvimento de uma doença autoimune, por exemplo) pode ser enorme.

      E como estamos falando de sistema imunológico quando falamos de doenças autoimunes, gosto de ampliar essa recomendação para todas as doenças que envolvem o sistema imunológico mais diretamente. É uma simples questão de prevenção, com mudanças na alimentação que não são difíceis de se colocar em prática.

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    2. OK. É que li seu post sobre glúten você dizendo que em pacientes não celiacos, a hiper permeabilidade intestinal não ocorre após ingesta de glúten, só em experimentos ex vivo.
      Por isso fiquei confuso.
      Obrigado

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    3. Ali estamos falando de pessoas que não apresentam doenças autoimunes, para as quais os estudos sugerem não haver aumento na permeabilidade intestinal após a ingestão de glúten.

      No caso de doenças autoimunes, as poucas evidências que temos parecem apontar numa outra direção. E mesmo assim, ainda existe a possibilidade do aumento na permeabilidade intestinal ser um fator secundário quando comparado à modulação da microbiota ou à ativação direta do sistema imune no intestino dos pacientes. Talvez descobriremos mais sobre isso no futuro.

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  45. Boa noite
    O queijo canastra é mais saudavel pra quem tem autoimune? tem menos caseina?
    fiquei alguns dias sem gluten e sem leite o anti- TPO caiu de mais de 300 para 96.
    Vc tem essa experiencia? com alimentação e autoimune. gostaria muito de voltar a comer ao menos queijo. o canastra seria uma boa opção?
    leite não sinto falta. Não tenho nutricionista, tudo que sei aprendi na internet.
    Obrigada. Paula.

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    1. Olá, Paula.

      Não conheço estudos que avaliaram a composição de caseína do queijo canastra, mas por ser um queijo curado a princípio vai apresentar menor concentração de caseína quando comparado a queijos não curados.

      Existem algumas evidências que apontam a possibilidade da caseína estar relacionada a doenças autoimunes. Os estudos que relacionam glúten e doenças autoimunes são mais numerosos e consistentes, por isso costumo dar mais ênfase a essa proteína. Mas isso não quer dizer que a caseína ou até mesmo outras proteínas devem ser desconsideradas no contexto de doenças autoimunes.

      De qualquer forma, levando em conta que a caseína está presente em menor quantidade nos queijos curados, você pode testar o efeito isolado do queijo canastra no seu nível de anti-TPO. Por exemplo, você pode ficar um mês consumindo determinada quantidade do queijo, de preferência sem fazer outras alterações na sua dieta habitual, e medir novamente o anti-TPO. Se o nível de 96 permanecer mais ou menos constante ou diminuir, tudo indica que o queijo não tem influência direta nesse parâmetro. Se o nível do anti-TPO aumentar, talvez seja uma boa ideia abrir mão do queijo.

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  46. Oi João Gabriel. Lembra de mim perguntei sobre a doença renal. Infelimente estou péssima, não tenho nutricionista . Meu potassio aumentou e o nefro mandou entrar no google e ver os alimentos que não tem potassio e comer, mas são todas, todos vegetais saudáveis.
    Eu nem tomava o remédio que ele passada Losartana e agora descobri que ele mandou eu parar de tomar mesmo eu ja não ter tomado, devido ao potássio que foi pra 6.1

    MEU TPO da tireoidite subiu um pouco mesmo com a dieta vegetariana sem glúten.
    Estou muito triste vc teria alguma sugestão?
    a doença chama Nefropatia de IgA. ASSISTI os videos da Tribo Vida com a Gisele que tambem tem essa doença e ela consulta com o Gabriel de Carvalho, mas ele não mostra oq ela toma.
    OBRIGADA . BOM DIA

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    1. O seu caso é relativamente complexo. Você pode me mandar um email para a gente conversar um pouco melhor sobre ele.

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  47. Porque os profissionais insistem em falar mal do óleo de canola, sendo que a literatura médica está repleta de artigos mostrando beneficios e até harvard já publicou uma piramide onde nos óleos é inserido o canola?
    Boa noite. Sou academico de nutrição

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    1. Olá.

      Acredito que essa pergunta tem pelo menos três pontos que precisam ser explorados:

      1) Dependendo de como uma ideia surge, ela tem maior ou menor propensão de se perpetuar com o tempo.

      2) As evidências sobre os potenciais benefícios do óleo de canola.

      3) A comparação entre potenciais benefícios e possíveis riscos no consumo de determinados alimentos ou suplementos.

      Em relação ao primeiro ponto, a ideia que surgiu em determinado momento foi a de que óleos vegetais refinados fazem mal, o que inclui também o óleo de canola. Para piorar a situação especificamente do óleo de canola, ele se trata de um produto derivado de uma planta criada por manipulação genética. Não estou afirmando que a manipulação genética é algo necessariamente ruim, mas muita gente acredita nisso, e por isso é uma ideia fácil de ser vendida como problema. De qualquer forma, esse discurso todo se fortaleceu com a popularização das dietas low-carb e paleo, que foi um movimento recente e muito forte no estabelecimento de algumas ideias sobre nutrição e alimentação. E assim o óleo de canola e outros óleos vegetais foram sendo cada vez mais mal vistos.

      Em relação ao segundo ponto, existem sim evidências que apontam para possíveis benefícios do óleo de canola. Porém, mesmo que seja o caso, tudo indica que não seria algo particular desse tipo de óleo, mas sim do ômega-3 presente nele. O fato de Harvard ou qualquer outra instituição recomendar um aliment ou produto não necessariamente quer dizer que eles estão certos. O que não falta no mundo da nutrição são "autoridades" que propagam ideias erradas, seja por vieses ou por conflitos de interesse. Sempre que pudermos, devemos avaliar as evidências por nós mesmos, abrindo mão de querermos estar certos para encontrar a verdade que independe das nossas ideias pré-concebidas.

      Em relação ao terceiro ponto, entra novamente a questão dos riscos de se consumir óleos vegetais refinados. O processo de refinamento dos óleos vegetais é muito intensivo, o que leva aos seguintes problemas: a presença de resíduos químicos da extração, a formação de substâncias potencialmente tóxicas para o ser humano, devido às elevadas temperaturas usadas na extração dos óleos, e a adição de antioxidantes sintéticos. Assim, fica a pergunta: vale a pena se expor a esses riscos em troca dos potenciais benefícios do ômega-3 presente no óleo de canola? Acredito que não, principalmente porque existem fontes muito mais seguras, e nutritivas, de ômega-3 na alimentação.

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  48. Quando uma pesssoa tem PCRus alta e ai a nutricionista passa uma dieta saudável e omega 3, 2 meses depois a PCR vai de 4 pra 1.
    Isso significa que o fator de risco cardiaca melhorou ou porque foi abafado pela alimentação que reduz a pcr mas a causa continua la?

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    1. Olá.

      Essa é uma ótima pergunta. Só porque uma determinada intervenção leva à diminuição de um fator de risco associado a uma doença, isso não necessariamente quer dizer que houve influência sobre a causa primária do problema.

      Dito isso, uma alimentação saudável que inclui ômega-3 provavelmente vai levar à diminuição do risco cardiovascular. A diminuição da PCR por si só não necessariamente confirma isso, mas já é um bom indicativo. Melhor ainda se essa dieta levar ao emagrecimento e/ou melhora de marcadores metabólicos, como glicemia, triglicerídeos, HOMA-IR e hemoglobina glicada.

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    2. Pois é o cardiologista nem acreditou. Achou que fosse devido ao Crestor. Mas eu não estou tomando. Pois sei dos riscos da estatina.
      Mas fico com medo de estar abafando e a PCR não mostrar que reduziu o risco como era antes.
      Mas entendi sim. Obrigada.

      Não tenho Triglicerideos nem glicose alta. Meu IMC é 19. Normal.
      Meu problema é o colesterol. Só o LDL é 280.
      Não faço atividade física pq não tenho tempo, mas me alimento muito bem. Sou magra.

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    3. Um nível acima do "normal" de LDLc, na ausência das alterações comumente observadas com a resistência à insulina e a síndrome metabólica, a princípio não caracteriza risco cardiovascular aumentado. A avaliação de um marcador isolado geralmente não chega nem perto de nos informar o suficiente sobre a maioria dos problemas de saúde.

      Em casos como o seu, se a pessoa não apresenta alterações na glicemia, triglicerídeos, hemoglobina glicada ou HOMA-IR, assim como não apresenta acúmulo de gordura corporal (especialmente na região abdominal), a princípio não tem por que se preocupar. Ainda mais se a pessoa se alimenta bem. Vale sempre lembrar: todo quadro de saúde precisa ser visto de maneira global e integrada.

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  49. Boa tarde qual a dose de vitamina D segura para se usar por anos

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    1. Olá.

      Isso depende de alguns fatores. É mais fácil você me falar a dose que está usando ou que pensa usar, assim como o objetivo da suplementação e a presença de algum problema de saúde (problemas de saúde podem mudar a recomendação), que eu te digo se essa dose é segura ou não para usar de maneira contínua.

      De qualquer forma, as doses encontradas nos suplementos que são vendidos em lojas ou farmácias são seguras para praticamente todas as pessoas. Se são esses suplementos que você está usando ou pensa em usar, a princípio não tem por que se preocupar.

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  50. Bom dia
    Estou com COVID tentei tanto mandar perguntas, mas o blog estava indisponivel para enviar
    Estou bem, com sintomas leve. Tomei vitamina D 50 mil e ivermectina

    alguma coisa vc sugere ?

    Obrigada!!

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    1. Olá.

      O melhor a fazer é esperar. E pode manter a suplementação de vitamina D, pois já temos dados consistentes mostrando que níveis corporais adequados de vitamina D estão associados a menos efeitos adversos em pessoas com covid. Não precisa ser uma suplementação com megadose, algo em torno de 4000 UI/dia provavelmente é suficiente.

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    2. Obrigada.
      Tomei 50 mil porque não tomava antes.
      Mas depois o médico mandou manter 2 mil por dia.

      Obrigada

      e sobre zinco? N acetil cisterna?

      muita gente tomando.

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    3. Existem sim outros nutrientes que podem ajudar, mas a única coisa realmente próxima de ser "certeza", pelas evidências científicas disponíveis, é a vitamina D mesmo. Esses outros que você citou não vão causar problemas e são potencialmente benéficos, então não tem problema suplementar. Mas o mais importante mesmo é se resguardar e esperar.

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  51. Boa tarde.
    Por favor, me fala o que vc sabe brevemente sobre quercetina?
    tem estudos em seres humanos?

    Mandei manipular 500 mg junto com zinco quelato.

    Vc acha que valeu a pena contra virus tem estudos em humanos?
    Obrigado.

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    1. Olá.

      Difícil falar brevemente, porque a quercetina pode ter uma série de efeitos diferentes. Em relação ao vírus, se você estiver se referindo ao coronavírus, existem evidências bem preliminares de que a quercetina poderia ajudar na prevenção e no tratamento da covid. Mas vale ressaltar que as evidências realmente são bem preliminares, então não tem como ter tanta certeza assim.

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  52. Vc usa coenzima q10?
    como vc prescreve via oral em capsula funciona/

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    1. Olá. Qual o propósito da suplementação?

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    2. paciente que faz uso de rosuvastatina diariamente
      não tem mialgia, queria prescrever como prevenção. É pra uma tia minha.

      Sou academica de nutrição, to estagiando.

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    3. Esse estudo de revisão sistemática com meta-análise de 2020 mostra que, no geral, a coenzima q10 não é eficaz em tratar mialgia associada ao uso de estatina. E se não trata o problema depois de ele já ter se manifestado, fica a dúvida se poderia prevenir a mialgia.

      https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32179207/

      Mas não podemos descartar a possibilidade de prevenção. Entre os trabalhos incluídos na revisão, os únicos dois estudos individuais que mostraram efeito usaram doses e formas diferentes de coenzima Q10. Um deles usou 200 mg/dia de cápsulas gelatinosas de ubiquinona diluída em óleo. O outro usou 50 mg, duas vezes por dia, de uma formulação solúvel em água (o tipo de coenzima q10 não foi informado).

      Como foram formulações consideravelmente diferentes, caso a coenzima q10 funcione para a prevenção de mialgia em alguns pacientes, é provável que a forma do suplemento não faça tanta diferença, desde que seja pelo menos nas doses usadas nesses estudos.

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  53. Boa tarde!
    Estou sendo acompanhada por uma nutricionista que indicou o uso de algumas vitaminas e minerais e um fungo chamado Cordyceps (mando manipular)

    Gostaria muito da sua opinião pois meu nefrologista não conhece e mandou tomar cuidado. Tenho problema de tireóide e de rins.

    Obrigada. Mônica

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    1. Olá, Mônica.

      Assim como quase tudo na nutrição, estudos sobre os efeitos dos fungos do tipo Cordyceps sobre a saúde não são tão conclusivos. Mas existem sim evidências interessantes mostrando potencial benéfico no sistema imunológico e na saúde renal.

      Ao mesmo tempo, os estudos sugerem ser uma suplementação que no geral é bem segura, pois virtualmente não se observa efeitos adversos nos estudos.

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  54. Olá, João!

    Você tem produzido conteúdo em outra plataforma?!

    Vejo que você não tem feito novos textos no blog e eu gostaria de estar te acompanhando caso esteja em outro lugar.

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    1. Olá, Matheus.

      Agradeço a pergunta, mão estou produzindo conteúdo em lugar nenhum nesse momento. Mas te convido a ficar por aí, pois planejo publicar coisa nova aqui no blog em breve.

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  55. Boa noite! Conhece a formula Oxy Powder?
    Meu nutri passou devido a pedras nos rins... é uma formula com citrato de magnésio e acido citrico, porem lendo na internet vi que não existe como suplementar acido citrico só tomando sucos naturais... procede?

    Segundo, é possivel reduzir o tamanho das pedras? estou bebendo bastante água

    Obrigado!

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    1. Olá.

      Não conhecia esse Oxy Powder. Mas pelo que vi ele possui óxido de magnésio em sua composição, e não citrato de magnésio + ácido cítrico. De qualquer forma, é possível encontrar ácido cítrico como produto isolado, então dá para suplementar sim se esse for o objetivo.

      Em relação às pedras, além de beber bastante água, a suplementação com citrato ou ácido cítrico é algo que em geral leva à redução na formação de pedras. O próprio magnésio também pode ajudar, então uma formulação com citrato de magnésio provavelmente é uma boa ideia.

      Recomendo conversar com seu nutricionista para esclarecer essa questão do Oxy Powder. Se foi isso mesmo que ele prescreveu, é um suplemento que poderia ajudar por causa do magnésio, mas as evidências não são tão claras. O que a gente realmente sabe que pode ajudar é o citrato:

      https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26439475/

      E citrato nada mais é que o nome que a gente dá quando o ácido cítrico está ligado a alguma outra substância. Então a suplementação pode ser com citrato ou ácido cítrico, tanto faz. Mas esse deve ser o foco principal, não o magnésio.

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    2. Você está certo, agora que vi na receita dele. É formula Oxy Powder modificada:

      Magnésio Citrato 2746 mg
      Ácido Cítrico 90 mg
      Goma acácia qsp 1 dose
      Capsula vegetal ou sache

      O risco é ter diarréia, a formulação deu 4 capsulas 1 dose, então divido no dia, e não sinto. Mas abrindo a capsula é um pó branco igual creatina, será que está certo? Não é amarelo


      E aproveito e pergunto... posso usar creatina com nefrolitíase? ele não mandou interromper não.

      Obrigado!!!

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    3. O citrato de magnésio e a goma acácia em pó têm a cor mais para o branco, então essa esse é o esperado mesmo.

      E a princípio não tem problema suplementar com creatina em casos de nefrolitíase. Mesmo tendo a minha resposta, é uma boa pergunta para se fazer para o seu próprio nutricionista. Não como forma de confrontar, mas por curiosidade mesmo. Você pode perguntar o porquê e tudo mais, e pode ir criando um vínculo maior com seu nutricionista.

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    4. Tá certo, só queria uma opinião geral sua mesmo,já que vi que tem grande experiência e é mestre em nutrição humana ... Obrigado e se os dois calculos saírem ou reduzirem no ultrassom eu conto. Valeu

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    5. Pode ficar sempre à vontade para perguntar. E boa sorte!

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  56. Bom dia. Estava lendo sobre o natto, como sendo a melhor forma de repor vitamina K2, você tem habito de prescrever como suplemento? as alegações que se faz de ação descalcificante são reais?
    Como você costuma repor? manipula? gota?

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    1. Bom dia.

      Vitamina K2 é um dos pouco suplementos que eu prescrevo e recomendo com mais frequência. É um nutriente muito relevante para a nossa saúde, e pode ter um efeito muito positivo em alguns problemas de saúde. O complicador é que não é uma vitamina tão fácil de obter em quantidades ideias só pela alimentação; não é impossível, mas não é tão fácil. Por isso a suplementação muitas vezes vale a pena.

      Sobre o efeito de reverter a calcificação, o resumo do que a literatura científica mostra até agora é o seguinte: não temos evidências para afirmar que a vitamina K2 poderia reverter a calcificação que já ocorreu, mas é bem possível ou até provável que ela seja capaz de *desacelerar* a progressão do processo de calcificação nos tecidos em que não se espera que a calcificação aconteça. Se quiser um pouco mais de detalhes, aqui mesmo nessa seção de comentários teve uma discussão sobre o assunto. Basta usar a ferramenta de busca do navegador (Ctrl+F no Windows, Cmd+F no Mac) e procurar por "vitamina k2".

      Qualquer forma de suplementação de vitamina K2 é boa o suficiente, então você pode procurar pela forma que for mais simples para você obter. Se optar pela alimentação em vez da suplementação, as fontes comuns mais relevantes para a maioria das pessoas provavelmente vão ser os ovos, o fígado e os queijos (em geral, queijos mais maturados são mais ricos em vitamina K2).

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    2. Bom dia, aproveito para perguntar. Esta vitamina compra pronta ou vc manda manipular?

      Funciona sublingual junta com 2.000 UI de vitamina D3?

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    3. Tem como comprar vitamina K2 pronta. E não tem problema suplementar em conjunto com a vitamina D.

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  57. Boa noite. pode me tirar um duvida.
    tenho pedra nos rins meu nefrologista passou litocit (citrato de potassio) porém sei que posso comprar em lojas de suplementos

    Esse medicamento tem cera de carnauba na composição, os suplementos não. Isso faz mal?

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    1. Olá.

      Não existem estudos em humanos que de fato testaram a segurança do consumo crônico de cera de carnaúba. Apesar disso, considerando a composição dessa cera e os resultados em estudos com animais, acredita-se que é um componente seguro nas quantidades usadas em alimentos e suplementos.

      Se você é uma pessoa que prefere evitar o consumo de aditivos, e se você tem a possibilidade de comprar um suplemento que é composto apenas por citrato de potássio, acho que você pode se sentir à vontade para fazer essa escolha. Só deixo o lembrete de ingerir a mesma quantidade de citrato de potássio que seu médico prescreveu.

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  58. Boa tarde! Você teria alguma sugestão de dieta/dica de estilo de vida para pacientes com Doença renal crônica por Nefropatia de IgA?

    Já não estou comendo glúten, uso omega 3, propolis (reduz proteinuria) e atualmente comecei a usar curcumina com bioperine tudo por conta própria.

    Meus níveis de creatinina segundo o nefrologista estão estáveis, entre 1.28 e 1.37.... Faço atividade física todos os dias, não tenho diabetes e nem pude tomar losartana ( que o nefro indicou devido minha pressão ser baixa )
    Tenho Hashimoto desde 2016.

    Estou pesquisando sobre berberine e cordyceps, conhece?

    Obrigada! Boa semana

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    1. Olá.

      Em casos mais complicados com esse, não posso falar muita coisa sem antes conhecer em mais detalhes a situação. Se quiser, pode me mandar um email com o máximo de informações relevantes sobre o seu caso. A partir daí posso ver se posso contribuir de alguma forma.

      Meu email está na seção "Contato".

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  59. Boa noite! Adorei seu blog e principalmente as perguntas e respostas... muito inteligente!

    Vc saberia me informar qual a quantidade em média de ácido cítrico tem em um suco de laranja?
    Obrigada

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    1. Olá. Obrigado pela leitura!

      A quantidade pode variar. A maioria dos estudos que eu já pude conferir informam quantidades entre 45-50 mmol (aproximadamente 9 gramas) para cada litro de suco de laranja, mas essa quantidade pode chegar a ser o dobro ou até o triplo. Provavelmente muda de acordo com a época do ano, o cultivo e a variedade das frutas.

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  60. Boa tarde, João Gabriel.
    Vc já estudou como dietas hipoproteicas na doença renal crônica? Tem bons embasamentos? alguns advogam contram.

    A suplementação de colágeno até 15 gramas, nesses pacientes, que tem sarcopenia associada, pode ajudar? Recebi amostras do colageno da Equaliv (BodyBalance) mas estou receiosa de usar.

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    1. Bom dia.

      Existem sim evidências de que dietas hipoproteicas podem atenuar a progressão da doença renal crônica, apesar de aparentemente não afetar a taxa de mortalidade. Ou seja, os pacientes podem sofrer menos com os sintomas ou complicações mais imediatas da doença, mas provavelmente não terão suas vidas prolongadas por uma dieta hipoproteica:

      https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29094800/
      https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30403710/

      Porém, a revisão sistemática e meta-análise mais completa e rigorosa, da Cochrane, nos diz que isso parece acontecer apenas com dietas muito hipoproteicas (0,3-0,4 g/kg) e não necessariamente com dietas hipoproteicas mais convencionais (0,5-0,6 g/kg):

      https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33118160/

      Mas também não é certeza absoluta; no futuro, com mais dados disponíveis, talvez seja possível ter uma avaliação melhor sobre a realidade dos fatos. De qualquer forma, vale ressaltar que essa revisão incluiu apenas pacientes não diabéticos, então não podemos ter muita certeza se as mesmas conclusões dos autores seriam válidas para pessoas com diabetes.

      Levando a discussão um passo adiante, é sempre importante levar em conta todo o contexto no qual o paciente está inserido, assim como a definição sobre a estratégia mais adequada para o momento deve ser uma decisão conversada com todas as especialidades que acompanham o paciente. No caso da nutrição, a adequação de micronutrientes, a composição corporal e os marcadores bioquímicos, tanto metabólicos como do estado nutricional, devem sempre ser contemplados.

      Como não é uma área que eu tenho tanto conhecimento assim, não posso falar muito sobre essa suplementação com colágeno. No caso da doença renal crônica em si, não encontrei estudos falando sobre a eficácia da suplementação. Se for em relação à sarcopenia, também não encontrei nada relevante, até porque os peptídeos e aminoácidos do colágeno, isoladamente, a princípio não vão exercer um efeito importante sobre o estímulo à síntese proteica muscular quando comparados às proteínas das dieta.

      Mas ainda sobre a sarcopenia: talvez seja interessante pesquisar e explorar se o timing da ingestão proteica, sem necessariamente mexer no total de proteína da dieta, pode influenciar positivamente o ganho ou pelo menos a manutenção da massa magra. Além disso, se estiver dentro das possibilidades do paciente, a prática de exercícios resistidos ou de força é sempre uma excelente opção (a parte mais importante, na verdade) para a recuperação ou ganho de massa muscular.

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  61. Boa tarde. Gostaria que vc desse sua opinião sobre o HMB (beta hidroxi butirato) em paciente magros, que treinam diariamente .
    Obrigado

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    1. Olá.

      Uma alimentação equilibrada e um plano alimentar bem construído são mais do que suficientes para auxiliar na hipertrofia, que imagino ser o seu objetivo.

      O dinheiro que seria usado para a compra de suplementos, seja de HMB ou outros produtos, geralmente traz resultados mais expressivos se investido num bom profissional para te acompanhar. Ou, se você tiver capacidade suficiente de seguir por conta própria, é um dinheiro que pode ser economizado.

      E tão importante quanto, e muitas vezes até mais importante, é garantir que o treino seja bem montado, focando especificamente no objetivo e respeitando sempre o descanso, que também é fundamental.

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  62. Gostaria também que falasse se há evidências em seres humanos da reposição de K2 na saúde casrdiovascular

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    1. Já falei especificamente sobre esse assunto nos comentários desse texto, respondendo à pergunta de outra pessoa leitora. Se usar o Ctrl+F (Windows) ou Cmd+F (Mac) e procurar pelo termo "k2", você vai encontrar minha resposta sobre o tema.

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  63. Boa tarde. Sou nutricionista também, e essa semana fui num evento de endocrinologia na cidade, e um dos palestrantes (não nutricionista) foi falar sobre dietoterapia na DM2, e a conclusão da palestra foi que não existe nenhuma dieta que de fato melhore diabetes. Que a melhor dieta é a que o paciente vai perder peso. Vc concorda com isso?
    Sempre aprendi, e vejo na prática, que a hipocalórica (restrita em CHO ) era melhor pra DM2. É impressão minha ou o mundo está virado do avesso?

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    1. Olá.

      Se formos generalizar, a literatura científica mostra que as dietas com restrição de carboidratos costumam ser superiores para o emagrecimento e a melhora do estado metabólico, tanto em casos de síndrome metabólica como em casos mais avançados como o diabetes tipo 2. Se houver restrição calórica intencional, também aumenta a chance de melhora dos casos, já que provavelmente vai haver um emagrecimento ainda maior. Só vale ressaltar que a massa magra também é bem importante para um estado metabólico equilibrado; logo, uma restrição calórica muito grande muitas vezes não é a melhor ideia.

      Os dois textos a seguir não são especificamente sobre esse assunto, mas tocam em pontos diretamente relacionados. Acho que vale conferir:

      http://cienciadanutricao.blogspot.com/2016/11/low-carb-favorece-perda-de-peso-alem-da.html

      https://cienciadanutricao.blogspot.com/2016/12/quando-dieta-low-carb-nao-e-melhor-para.html

      No fim, é sempre bom lembrar que nem todo mundo responde de maneira igual ao mesmo tipo de dieta. Por isso temos que considerar o que cada contexto pede. É possível que, por quaisquer que sejam os motivos, determinada pessoa não responde ou não consegue seguir muito bem uma dieta com restrição de carboidratos. Num caso como esse, se o emagrecimento vai ser favorecido por outro padrão alimentar, geralmente vale mais a pena seguir o que o contexto pede do que forçar o que teoricamente é considerado como o "melhor".

      No caso de um paciente com diabetes tipo, se a pessoa consegue seguir o plano alimentar e emagrecimento acontece, assim como se observa uma melhora ,os parâmetros metabólicos, esse já é um ótimo caminho. O mais importante é fazer com que os nossos pacientes tenham uma alimentação que conduzam a uma saúde equilibrada. E cada caso, cada contexto, precisa ser avaliado nas suas especificidades para que a gente possa, como nutricionista, encontrar a melhor forma de ajudar.

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  64. Boa tarde. Gostaria de saber sua opinião. Jan fui em 3 nutricionistas . Faço dieta saudável, mas mantenho com queixas de distensão abdominal e gases. A barriga chega ficar estufada e dura... minha dieta é saudável. Poucos industrializados, açucar só as vezes. Mas muuuuuita distensão. Fiz dieta FODMAP, mas ajudou uns 10% apenas. Acha que tem algo q possoa fazer??? ja tomei chás.... biointestil etc.... nada ajudou

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    1. Boa noite.

      Tem boa chance de ser um ou mais alimentos específicos. Você pode tentar remover um de cada vez, mantendo o máximo do resto da alimentação constante.

      Uma ou duas semanas é um período bom para verificar se houve alguma mudança após a retirada do alimento. Se não tiver alteração, você pode tentar a exclusão de outro alimento e esperar um período semelhante. E assim sucessivamente.

      Como quase tudo, não existe garantia total. E pode demorar um tempo razoável, porque a alimentação da maioria das pessoas é composta por um número considerável de alimentos. Mas, como pelo seu relato a situação é problemática, acho que vale a pena ter paciência para ir experimentando.

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  65. Boa noite. Tudo bem?
    Gostaria de tirar uma dúvida sobre proteína.
    A proteína colágeno é saudável? estou usando BODYBALANCE... Mas vejo algumas criticas dizendo que colageno não tem valor biologico... que whey é melhor....

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    1. Boa noite.

      Colágeno é um proteína segura sim.

      Se a ideia for o uso como suplemento alimentar de proteína, seja para hipertrofia, emagrecimento ou aumentar o consumo proteico total da alimentação, o whey protein de fato é bem superior. O colágeno não é recomendado para essa finalidade.

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    2. Mas a propaganda do produto induz a dizer que é um colágeno voltado sim para hipertrofia, inclusive com estudos... entrei no site, mas não sou profissional. vc poderia dar sua opinião? Obrigada!

      https://www.gelita.com/pt-pt/produtos-e-marcas/peptideos-de-colageno/bodybalance

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