Na segunda parte dessa série, a ideia seria explorar a ciência que fala sobre como o consumo de frutas e verduras influencia os mais diversos desfechos de saúde, como saúde metabólica e cardiovascular. Mas esse assunto vai ficar para o próximo texto, porque alguns detalhes merecem ser esclarecidos antes.
O que vamos discutir agora não é algo exatamente novo, mas sim uma extensão do que foi discutido no último texto. Ou seja, um pouco mais de aprofundamento para que o assunto fique o mais claro possível.
Na seção de comentários da primeira parte, surgiu a seguinte dúvida:
Se não são as frutas e verduras, quais são os principais alimentos que contribuem para nossa ingestão de vitaminas e minerais?
Essa dúvida é interessante por dois motivos:
1) Dizer que as frutas e verduras não são nossas principais fontes de vitaminas e minerais não contradiz tudo que é sempre falado não só por nutricionistas, mas por todas as pessoas em geral? Estaria então todo mundo errado?
2) Considerando que grande parte da população apresenta baixo consumo de frutas e verduras, mesmo esses alimentos não necessariamente sendo os mais importantes em termos de micronutrientes, não estaria quase todo mundo deficiente em vitaminas e minerais?
Um breve momento de reflexão
Antes de entrarmos novamente em mais detalhes (numéricos) sobre como as frutas, verduras e outros alimentos contribuem para a nossa ingestão de vitaminas e minerais, vamos refletir um pouco sobre os pontos acima.
Vamos começar pelo segundo ponto.
Por si só ele já é bem interessante, porque reforça justamente o que foi discutido no primeiro texto. A lógica é a seguinte. Sabemos que o consumo de frutas e hortaliças é relativamente baixo por grande parte, possivelmente pela maioria, das pessoas. Se esses alimentos fossem nossas fontes mais importantes de micronutrientes, todo mundo que possui baixo consumo de frutas e verduras apresentaria sinais e sintomas claros de deficiências nutricionais. Mas não é isso que acontece. É claro que alguns indivíduos acabam sim desenvolvendo um certo grau de insuficiência em uma ou outra vitamina ou mineral, mas no geral a maioria das pessoas apresenta níveis corporais minimamente aceitáveis para esses nutrientes — caso contrário, como falei logo acima, sinais e sintomas mais evidentes se manifestariam.
Logo, a simples observação de que a maioria das pessoas não apresenta deficiências nutricionais virtualmente acaba com quaisquer dúvidas que poderíamos ter sobre a real importância das frutas e verduras como fontes de vitaminas e minerais. É claro que não são alimentos que precisam ser desconsiderados, porque todos os alimentos podem contribuir para nossa ingestão de micronutrientes. Mas é claro que as frutas e hortaliças não são nossas fontes mais importantes.
Agora o primeiro ponto.
A verdadeira contribuição das frutas, verduras e outros alimentos para nossa ingestão de vitaminas e minerais vai ficar ainda mais clara logo abaixo. Aqui eu só queria dizer o seguinte: a todo momento vivemos ou observamos contradições. Na ciência, isso talvez seja ainda mais comum. As contradições só surgem quando nos apegamos às nossas certezas. Se estivermos abertos ao desconhecido, não vai haver contradições, apenas novas informações.
Além disso, somos muito precipitados e temos a tendência de ficarmos cegos pelos nossos próprios vieses. É bem provável que a história de que as frutas e verduras são nossas principais fontes de vitaminas e minerais tenha surgido do fato de que são alimentos que possuem baixo valor calórico, e também por serem alimentos coloridos e tradicionalmente considerados como saudáveis. Quando começamos a ver aspectos bons em alguma coisa, automaticamente temos a tendência de enxergar ainda mais pontos positivos. Se temos a percepção de que determinados alimentos são saudáveis, geralmente vamos achar que eles são nutricionalmente ricos.
Então por que ninguém questiona esse ponto sobre a concentração de micronutrientes em frutas e verduras? Provavelmente por conveniência. Conveniência no sentido de que é difícil ver algum problema nessa história. Muito pelo contrário: como a maioria das pessoas e dos profissionais já enxergam as frutas e verduras como os alimentos mais saudáveis entre todos, considerar que elas são nossas principais fontes de vitaminas e minerais é só mais uma vantagem desses alimentos que são vistos como perfeitos em quase todos os aspectos.
Dito isso, vamos à parte que interessa.
Um exemplo mais concreto
Para responder à pergunta de quais são os alimentos que mais contribuem para a nossa ingestão de vitaminas e minerais, montei um cardápio simples, levando em consideração alimentos comuns da alimentação brasileira.
Abaixo, o cardápio com 5 refeições. Basta clicar na imagem para ampliá-la:
Traduzindo:
Café da manhã
- Mamão papaia (1/2 unidade)
- Pão branco (50 g)
- Queijo (30 g)
- Peito de peru (30 g)
- Leite (300 mL)
Lanche da manhã
- Uvas (150 g)
Almoço
- Arroz branco (150 g)
- Feijão (150 g)
- Contra-filé bovino (120 g)
- Alface (50 g)
- Tomate (50 g)
- Couve (50 g)
- Banana (1 unidade)
Lanche da tarde
- Ovos (2 unidades)
- Maçã (1 unidade)
Jantar
- Arroz branco (150 g)
- Feijão (150 g)
- Peito de frango (120 g)
- Cenoura (50 g)
- Beterraba (50 g)
- Brócolis (50 g)
- Laranja (1 unidade)
Agora, vamos ver o quanto as frutas e verduras, assim como o restante dos outros alimentos, contribuem para o total de vitaminas e minerais ingeridos. Não precisamos comparar alimento por alimento, mas apenas frutas e verduras contra a soma dos outros alimentos. Porque mais importante do que responder “qual alimento contribui mais?” é responder “as frutas e verduras são mesmo os alimentos que mais contribuem para nossa ingestão de micronutrientes?”.
Vitaminas:
Minerais:
Se considerarmos apenas as carnes (bovina e de frango) e o feijão, ainda assim as frutas e hortaliças não chegam nem perto do valor nutricional. Das 22 vitaminas e minerais avaliados, o “placar” final fica 14 x 7 para as carnes e o feijão — com empate no manganês, por isso a soma 14+7 = 21 em vez de 22. Esses três alimentos levam a melhor em: vitamina B1, vitamina B2, vitamina B3, vitamina B5, piridoxina (vitamina B6), vitamina B12, folato, cobre, ferro, magnésio, fósforo, selênio e zinco. Apenas 3 alimentos (540 g de comida) contra 11 frutas e verduras (> 1 kg de comida).
Como disse no texto anterior, quando contrastamos peso por peso, as frutas e hortaliças já não levam vantagem quando comparadas a alimentos de outros grupos alimentares. Além disso, elas muitas vezes são consumidas em quantidades inferiores às de vários outros alimentos, o que leva a uma contribuição final ainda menor por parte das frutas e verduras para o total de micronutrientes ingeridos. Não tem muito segredo.
E vale mencionar que, no exemplo acima, considerei 300 g de verduras e mais 4 porções de frutas ao longo de um dia. Isso talvez represente ou chegue perto do que algumas pessoas consomem, mas certamente está consideravelmente acima do que grande parte da população, talvez a maioria, costuma ingerir. Se levarmos em consideração esse último cenário, a dieta utilizada como exemplo estaria tranquilamente superestimando a quantidade de micronutrientes que muita gente obtém a partir das frutas e verduras.
E no caso de pessoas que consomem mais frutas e hortaliças?
Podemos dobrar as quantidades desses dois grupos alimentares, na dieta exemplificada, para ver o que acontece com as vitaminas e minerais:
Mesmo com uma quantidade diária bem elevada (> 2 kg de comida), consumida por pouquíssimas pessoas Brasil e mundo afora, as frutas e verduras ainda assim corresponderam à menor parcela das vitaminas e dos minerais.
Fim do interlúdio
Mais uma vez, é importante deixar claro que o fato de não serem as nossas principais fontes de vitaminas e minerais não faz com que as frutas e verduras sejam alimentos piores que os demais. Elas só estão longe de serem a forma mais eficaz ou eficiente de obtenção desses nutrientes. Só isso.
Todos os alimentos têm seu valor, e por isso não devemos considerar que uns são melhores que os outros. Eles são simplesmente diferentes. E, sendo diferentes, alguns vão ser melhores do que outros em alguns aspectos e vice-versa. Como não podemos atribuir “pesos” diferentes para as mais diversas características dos alimentos, de nada adianta ficar afirmando que uns são melhores que os outros.
Se formos falar de benefícios, podemos nos lembrar que as frutas, por exemplo, não apenas não levam ao ganho de peso como podem contribuir com o emagrecimento. E o mesmo vale para as hortaliças: o simples fato de serem alimentos com baixa densidade energética pode ser um fator importante para ajudar pessoas que buscam a perda de peso. É claro que as calorias não são tudo, mas são sempre uma parte importante quando falamos de regulação do peso. E as frutas e verduras têm seu valor nesse ponto.
Sem contar outras características da composição desses alimentos que potencialmente afetam diversos aspectos da saúde humana. Mas essa discussão fica para o próximo texto da série.
A quem interessar, o site que usei para contabilizar as vitaminas e os minerais presentes nos alimentos foi o Cronometer.
---
Posts relacionados:
Posts relacionados:
- O mito das frutas e verduras — Parte 1
- O mito das frutas e verduras — Parte 2
Interessante,João, já estava acompanhando essa matéria aqui no blog.
ResponderExcluirPergunto: se eu não como a maioria dos "outros alimento" uma maior ingestão de frutas e hortaliças ajudaria a contra-balançar essa pobre fonte de micronutrientes?
Minha dieta por exemplo, é bem diferente do padrão que você sugeriu como exemplo no início do post.
Olá.
ExcluirIndividualmente falando, alimentos de outros grupos alimentares geralmente não "perdem" em termos de micronutrientes para frutas e hortaliças. Se sua dieta for composta primariamente por alimentos naturais, não processados e não refinados, eu diria que você não corre risco de insuficiências ou deficiências nutricionais simplesmente por comer quantidades relativamente baixas de frutas e verduras.
Mas vale ressaltar, novamente, que frutas e hortaliças não são desprezíveis. Dependendo da dieta, assim como das preferências ou restrições que uma pessoa pode ter especificamente em sua alimentação, esses alimentos (especialmente as hortaliças, as frutas um pouco menos) podem se tornar fontes importantes de alguns nutrientes em particular. Cada caso é um caso.
Quais seriam os outros alimentos naturais, não industrializados se não for frutas e hortaliças como base?
ExcluirTirando ovos, carnes e bebidas. Já li muito que grãos na verdade se consumido em excesso podem ser antinutrientes.
Grãos (cereais e leguminosas) não são "antinutrientes":
Excluirhttp://cienciadanutricao.blogspot.com.br/2015/06/fatores-antinutricionais-e-sua.html
E os alimentos não processados são muitos: oleaginosas (nozes e castanhas), laticínios, raízes e tubérculos, além das próprias carnes, ovos, cereais e leguminosas. Olhando apenas para os grupos pode até parecer "pouca" coisa, mas a diversidade de opções dentro de cada um desses grupos alimentares é muito grande.
Não concordo.
Excluirhttps://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3705319/
Tirando a parte que fala do glúten, esse estudo de revisão não mostra evidência alguma de que o consumo de grãos sem glúten, em seres humanos, contribui com o aumento da inflamação ou com o desenvolvimento de doenças.
ExcluirEm relação aos alimentos que contêm glúten, eu tendo a concordar. Já escrevi bastante sobre como, na minha opinião, as evidências científicas apontam para o fato de que todo mundo potencialmente se beneficiaria -- principalmente no sentido de prevenção -- da restrição no consumo dos alimentos que contêm glúten.
http://cienciadanutricao.blogspot.com.br/2014/06/gluten-sensibilidade-e-permeabilidade_9.html
http://cienciadanutricao.blogspot.com.br/2014/06/gluten-sensibilidade-e-permeabilidade_23.html
Bom dia, João.
ResponderExcluirDizer que as frutas não levam ao ganho de peso não é arriscado sem saber o contexto da dieta?
Olá.
ExcluirEu não diria que é arriscado dizer isso, porque essa observação que você fez valeria para todos os alimentos que possuem quantidades razoáveis de calorias. E isso inclui praticamente todos os grupos alimentares, exceto as hortaliças.
Por que eu digo que vale para praticamente todos os grupos alimentares? Se uma pessoa tiver uma compulsão específica por frutas, esses alimentos vão contribuir para o ganho de peso nesse caso. Mas e se a compulsão for por outros alimentos?
Nunca foi demonstrado cientificamente, em humanos (e provavelmente em animais também), que as frutas possuem um "potencial engordativo" superior ao de outros alimentos. Na verdade, como discuti no texto mais específico sobre esse assunto (http://bit.ly/2lRbk2f), se fôssemos inferir alguma coisa a partir da literatura científica, seria que um maior consumo de frutas até parece dificultar o ganho de peso -- além de aparentemente facilitar o emagrecimento.
O seu texto sobre frutose proveniente das frutas é sim bem interessante. Mas é um dos contextos possíveis.
ExcluirE se o contexto for a dieta low carb, por exemplo? Comer frutas ricas em carboidratos, em quantidade, em substituição a outras calorias, vai elevar os carboidratos da dieta para acima do patamar low carb.
Sim, numa dieta low-carb, é verdade que colocar frutas no lugar de outros alimentos vai fazer com que a quantidade total de carboidratos aumente. Mas será que isso seria um problema?
ExcluirNesse caso, uma vez que não existem estudos diretamente testando essa hipótese, não tem como saber se uma dieta assim (parcialmente low-carb + frutas) levaria a resultados melhores, piores ou iguais a uma dieta low-carb convencional.
É um assunto ainda não explorado, com possibilidades em aberto.
Dr Lair fala que as frutas são as guloseimas que Deus fez no sentido de avisar que não devemos nos entupir delas para ter vitaminas e minerais até porque são ricas em carboidratos. Basta comer comida de verdade. Mas os fitonutrientes tem que vim de vegetais, não grãos e carnes.
ResponderExcluirOlá.
ExcluirA partir do seu comentário, fica a pergunta: por que os "fitonutrientes" têm que ser obtidos a partir de vegetais (imagino que você se refira às hortaliças)? Por que não poderia ser de raízes, tubérculos, oleaginosas (nozes e castanhas), leguminosas, cereais?
Mesmo que você esteja considerando oleaginosas, raízes e tubérculos na sua definição de vegetais, o que tem de especial nos "fitonutrientes" desses vegetais que não tem nos cereais e leguminosas (grãos)?
Quando penso em fitonutriente, penso nos mais estudados. Que são oriundos de crucíferas, e na sua maioria frutas. Não vejo nenhum estudo isolado de algum fitonutriente in vitro ou in vivo do arroz, da soja, feijão... Se tiver me envie que tenho interesse.
ExcluirObrigado!
Estudos de revisão sobre arroz e feijão, respectivamente:
Excluirhttps://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25766805
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29113066
Para a soja, deixo o link para os resultados de uma busca geral no Pubmed. Porque, no caso das isoflavonas da soja, temos muitos e muitos estudos sobre potenciais benefícios:
http://bit.ly/2mjGO2p
Bom dia. Excelente artigo. Li em outro artigo seu sobre antinutrientes, que talvez não sejam tão "anti" como se fala. Estou lendo seus artigos anteriores e gostaria de deixar uma sugestão de tópico, levando em conta que está se tornando muito comentado em muitos artigos e canais de youtube: smoothies crudivoros.
ResponderExcluirConsidero o assunto interessante, devido a facilidade e rapidez de preparo. Porém fico na dúvida sobre a qualidade nutricional desse tipo de alimentação. Seria nutritivo um smoothie preparado com varios tipos de vegetais, incluindo frutas, verduras, legumes e raízes crus?
Olá.
ExcluirOs smoothies em si provavelmente são saudáveis, pelo menos se forem consumidos em quantidades razoáveis. Em quantidades elevadas, difícil dizer muita coisa. Mas é importante mencionar que, na ausência de outros grupos alimentares na dieta, consumir apenas smoothies desse tipo pode levar a um risco de desequilíbrios nutricionais, tanto de micronutrientes como de macronutrientes.
Considerando apenas vitaminas e minerais, o aproveitamento pelo corpo geralmente é menor quando falamos de alimentos crus, especialmente daqueles que também podem passar pela cocção. Apesar da cocção diminuir a concentração de alguns micronutrientes, a biodisponibilidade final geralmente é maior nos alimentos cozidos do que nos crus. Assim, considerando o que falei até agora nos dois textos dessa série, apesar dos smoothies serem fáceis de preparar e serem saudáveis no geral, eles não necessariamente são fontes *excelentes* de micronutrientes. Claro que isso depende da composição, mas não podemos generalizar.
Agora, em relação à alimentação crudívora como um todo, eu diria que talvez seja possível formular uma dieta saudável com essas características -- considerando todos os aspectos essenciais que a alimentação deve atender. Mas, mesmo que seja possível, certamente é bem mais difícil do que com uma dieta que inclui alimentos cozidos.
Muito obrigado pelo esclarecimento.
ExcluirOlá João, gostaria de comentar:
ResponderExcluirSeu post focou bastante no aporte de vitaminas e minerais que hortaliças e frutas podem nos oferecer, o que é importante, mas como tu mesmo mostrou, não são tão significativos comparando a outros alimentos mais densos e principalmente de origem animal.
Mas acho que o mais "forte" das frutas e hortaliças não foi posto, que são as FIBRAS solúveis e insolúveis, FUNDAMENTAIS para o correto trânsito intestinal e sua microbiota (manutenção saudável desta) ,que cada vez mais é dada a devida importância.
Coloquei no cronometer minha ingesta usual de hortaliças e frutas, e os índices de minerais e vitaminas ficou bem diferente da postas por tí no seu exemplo, talvez pelas diferentes escolhas tanto dos tipos como nas quantidades.
Fico pensando também nos vegetarianos........questão que pode ser abordada também, como estas pessoas precisam ficar atentas!
Abraço e parabéns pelo seu excelente blog.Abração!
Olá, Pedro.
ExcluirAs fibras são um ponto bem interessante das frutas e hortaliças, certamente. Mas não é algo exclusivo delas. Tanto as solúveis como as insolúveis podem ser encontradas em boas ou excelentes quantidades em todo tipo de alimento vegetal. Por isso, apesar de ser um ponto positivo das frutas e verduras, não é algo e exclusivo delas -- e por isso não é propriamente um diferencial.
É possível dizer que as fibras chegam a ser um ponto para justificar o consumo de frutas e hortaliças, mas não para considerá-las superiores ou mais importantes do que outros alimentos vegetais.
Obrigado pela leitura e pelo comentário.
Olá. Boa tarde.
ResponderExcluirMinha endocrinologista receitou vitamina E (BioE) mas a minha nutricionista que tem me acompanhado desde a gravidez em 2013 indicou outro. Disse que este vitamina artificial ( acetato de racealfatocoferol )
Foi prescrito porque tenho LDL alto resistente, mesmo com atividade física e controle metabólico. Não posso fazer reposição hormonal ainda porque tenho mama densa a endocrino preferiu esperar. Obrigada quero sua opinião.
Olá.
ExcluirDesconheço efeitos negativos da ingestão da forma sintética de vitamina E. Por ser sintética, eu não duvidaria da possibilidade de causar eventuais problemas, mas ao mesmo tempo não acredito que o risco seria grande. A maior desvantagem da forma sintética é que ela possui uma atividade biológica consideravelmente menor que a forma natural, considerando a mesma dosagem.
Não gosto de interferir na decisão de outros profissionais. Acredito que o melhor que você pode fazer é discutir os detalhes tanto com a nutricionista como com a médica. Se fizer isso, você não necessariamente precisa mencionar para a médica que a nutricionista disse X, ou dizer para a nutricionista que a médica disse Y -- já que muitos profissionais não gostam de ter seu trabalho "questionado" por outros. Mas cabe a você escolher a melhor forma de abordar a situação, caso opte por isso.
De qualquer forma, deixo outra sugestão: dependendo da dosagem, se não for tão elevada, por que não tentar consumir essa vitamina E pela alimentação? Exemplo: amêndoas (50 g), azeite (2 col. sopa) e abacate (150 g) correspondem a quase 20 mg de vitamina E.
Nossa vc é mesmo brilhante. Preciso mesmo de comer mais castanhas e amêndoas e azeite de oliva extravirgem.
ExcluirPorém a dosagem é outra 400 UI, como converter isso para mg?
GRatidão
Pra saber a quantidade em miligramas, a conversão no caso do seu suplemento seria: quantidade em UI x 0,9. Como o resultado final é 360 mg, temos uma quantidade que é muito elevada pra ser obtida apenas por meio da alimentação, infelizmente.
ExcluirMas é claro que isso não impede o consumo de alimentos que são fontes naturais de vitamina E.
João, primeiramente parabens pela excelente contribuição para a sociedade que infelizmente é cada vez mais prejudicada pela midia que no fundo só está interessada no retorno financeiro.. falo isso com relação a grande quantidade de porcarias que ingerimos e que dizem ser saudaveis...
ResponderExcluirEm relação as frutas, o que dizer da frutose que é metabolizada no fígado e pode ser uma das principais fontes para desenvolver uma resistência a insulina e outros males? Tenho visto falar-se muito mal dessa substancia que dizem ser tão ou mais prejudicial do que o próprio açúcar. Gostaria de ouvi-lo a respeito. Abs.
Olá, Antonio.
ExcluirRespondi dúvidas como essa na sessão de comentários de outro texto:
http://cienciadanutricao.blogspot.com.br/2016/04/fruta-engorda.html
Acho que a minha resposta mais completa, relacionada a esse tópico que você levantou, foi dada para o último comentário feito. Mas sugiro ler também as outras perguntas (que não são muitas), porque as respostas a elas também podem contribuir para esclarecer a sua pergunta.
Caso reste alguma dúvida, basta comentar aqui novamente.
Seria interessante um post explicando a "verdadeira" importância de cada vitamina para o organismo. Não dá pra confiar muito nessas descrições clichês que tem por ai.
ResponderExcluirQual a sua opinião sobre produtos como CENTRUM?
Olá.
ExcluirAlguns livros, como o Nutrição Moderna na Saúde e da Doença, são fontes muito boas sobre a importância e o papel dos micronutrientes no organismo humano. Esse exemplo específico não é um fonte barata, porque é um livro gigante que aborda vários assuntos relacionados à nutrição. Mas talvez existam bons livros, mais baratos, que falem apenas de micronutrientes (não conheço, mas podem existir).
Geralmente não sou muito a favor de suplementos que contêm "todos" os minerais e vitaminas, porque potencialmente podem causar desbalanços no corpo. Isso pode acontecer porque existe uma interação entre vários micronutrientes, tanto na absorção como na funcionalidade dentro do corpo.
No geral, considerando o que a literatura científica mostra até hoje, suplementos desse tipo provavelmente não vão causar problemas em pessoas razoavelmente saudáveis. Mas com esses produtos deixamos de considerar a individualidade de cada pessoa e contextos em que eventuais desequilíbrios poderiam surgir.
LIVRO DA DENISE CARREIRO É EXCELENTE. ELA É NUTRICIONISTA PIONEIRA NO BRASIL. ESTOU LENDO O "CÁLCIO NA MEDIDA E LUGAR CERTO "
ResponderExcluirTODO REFERENCIADO, MUITO BOM.
Olá, bom dia!
ResponderExcluirQual sua opinião sobre suplementação de creatina?
Tenho 22 anos, sou homem, treino há mais de 2 anos e meus resultados são muito pobres.
Gostaria de usar algum suplemento que de fato aumentasse a minha força ( mais até que a massa muscular ) me sinto fraco durante o treino, não consigo fazer todas as repetições.
Me alimento muito bem e não sei porque tenho um IMC baixo, quase inferior ao normal.
Obrigado!
Olá.
ExcluirA creatina é um dos melhores suplementos (senão o melhor) para aumento de força. E também para o ganho de massa muscular. A não ser que você realmente seja uma pessoa fora da curva, que não responde bem à creatina, a suplementação a princípio vai fazer com que sua força aumente.
Mas vale lembrar: não conseguir fazer todas as repetições não necessariamente significa que você está fraco. Se você está treinando com uma carga que é boa para sua capacidade de força, é até normal "não conseguir" fazer todas as repetições. Daí não é uma perda de força, mas sim uma fadiga natural por causa da intensidade. Um treino verdadeiramente adequado leva à falha nas últimas repetições de cada série do exercício.
Outra possibilidade: uma alimentação geral boa, mas uma refeição pré-treino não tão boa assim. Para a maioria das pessoas, a refeição anterior ao treino não faz tanta diferença para o desempenho de força. Mas, para algumas, essa refeição é bem importante. Se esse for o seu caso, o problema poderia ser em vários fatores: pouco carboidrato (algumas pessoas respondem bem ao carboidrato pré-treino), pouca quantidade (calorias insuficientes para um bom desempenho), refeição muito distante do treino.
E, além de considerar as possibilidades acima, não deixe de ver se outros fatores externos (estresse, por exemplo) não poderiam estar influenciando seu desempenho.
Você é muito foda!! Obrigado pela excelente explicação
ExcluirExiste alguma contra-indicação da creatina além da insuficiência renal e hepática?
Tenho um prolapso da valvula mitral que o cardiologista disse ser benigno mas tenho medo de sair usando qualquer suplemento ainda mais a creatina que atua no músculo....
Se puder me dar uma orientação, obrigado!!!
No seu caso, o prolapso da válvula mitral influencia de alguma forma a atividade cardíaca? Se sim, como acontece essa influência?
ExcluirNão. Minha fração de ejeção é normal, eletrocardiograma normal.... Em 2014 eu me queixei com o cardio sobre palpitações que eu sentia com frequência, como se o coração parasse por 1 segundo e voltasse a bater.
ExcluirFi um exame de monitoramente de 24 horas chamado Holter e deu tudo normal, presença de algumas extrassístoles, mas o laudo foi normal e ele prescreveu meio comprimido de atenolol quando sentir muita palpitação. Ele disse que a causa é estresse do ponto de vista cardíaco eu posso fazer musculação e aeróbico, até recomendou natação.
Anônimo, procure ler sobre cloreto de magnésio PA, tem videos do Dr Lair Ribeiro
ExcluirNão tenho medo nenhum de dizer que me curou, eu tinha essas palpitações. O nome disso é extra-sístole, no holter vem escrito Ectopias. Eu já cheguei a ter mais 1.000 em 24 horas. O cardiologista me receitou Selozok, meio comprimido por dia, se me sentisse mal, não usei, quis tentar o magnésio. Hoje eu não sinto nada! Se informe sobre isso, tem várias formas de magnésio eu sempre uso Cloreto. Bjs
O magnésio realmente pode ajudar. Existem estudos sugerindo essa possibilidade; só não dá pra dizer com toda a certeza que ajuda todo mundo porque a quantidade de estudos é pequena. Mas a experimentação com a suplementação de magnésio, por ser segura, pode confirmar a especificidade do efeito para cada indivíduo.
ExcluirAlém disso, considerando o que você relatou sobre o seu quadro, é bem pouco provável que a suplementação com creatina cause algum problema. A única coisa que eu recomendaria é não suplementar com a fase de saturação (~20 g/dia, na primeira semana). Em vez disso, caso queira usar a creatina, você pode optar por ingerir a média usual de ~5 g/dia desde o começo da suplementação.
obrigado pela participação do colega anônimo sobre magnésio, conhecia o magnésio mas não para o coração, agora vou dar uma estudada na suplementação dele! dose etc...
ExcluirE João, era isso mesmo que eu ia fazer, meus amigos indicaram 10g por dia, a noite, to pensando em usar 5g.... Acha que a marca importa ou posso comprar a granel?
Muito obrigado!!
Infelizmente, num país como o Brasil (mas não só aqui), nem sempre dar para confiar em produtos sem rótulo. Muitas vezes não dá para confiar nem mesmo em produtos com rótulo... Na minha opinião, comprar um produto de uma marca grande, como Performance ou Optimum, a princípio passa uma segurança maior.
ExcluirBoa Noite. Gostei muito desta matéria
ResponderExcluirMas meu café da manhã não é assim: minha nutricionista não orienta peito de peru nem leite.
Eles são fundamentauis?
Obrigada.
Maria Elisa Lima. 42 anos, Belo Horizonte.
Olá, Maria.
ExcluirA dieta usada como exemplo foi apenas um mostra de um padrão alimentar relativamente saudável e, ao mesmo tempo, representativo do que uma pessoa comum pode estar consumindo. Isso não quer dizer que todos os alimentos exemplificados são saudáveis.
O peito de peru de forma alguma é fundamental na alimentação. Na verdade, por ser um produto que contém uma série de aditivos em sua composição, costumo dizer que o melhor a fazer é evitá-lo.
Em relação ao leite, ele não é essencial, mas o seu consumo ajuda na ingestão de alguns nutrientes essenciais, especialmente o cálcio. Quanto mais as pessoas ficam deficientes em vitamina D, maior é a necessidade de cálcio na dieta. Hoje, com tantas e tantas pessoas deficientes nessa vitamina, uma maior ingestão de cálcio é importante; não necessariamente a partir de leite e derivados, mas esses alimentos certamente ajudam a garantir uma boa ingestão de cálcio.
Boa noite.
ResponderExcluirTive pólipos intestinais que poderiam vir a se transformar em câncer.
Meu médico restringiu carne vermelha e álcool
Porém meu nutricionista prescreveu ovos, e até franjo de manhã, não sei o que fazer. Se não comer isso vai acabar sobrando só frutas e farinhas. Não posso comer fruta sozinha, tenho uma intolerância a frutose, só posso ingerir junto com proteína.
Obrigado João!
Olá.
ExcluirEstudos observacionais tendem a mostrar uma associação entre o consumo de carnes vermelhas e carnes processadas (linguiça, salsicha, bacon etc) com o desenvolvimento de câncer de cólon. Por isso, a recomendação do seu médico a princípio não está errada. A associação entre duas variáveis não necessariamente quer dizer que existe uma relação de causa e efeito entre elas (http://bit.ly/2cBRAO1), mas a possibilidade existe.
Por outro lado, o consumo de ovos e carnes "brancas" não apresenta esse mesmo padrão de associação com o câncer de cólon. Inclusive, alguns estudos mostram que uma maior ingestão de carnes "brancas" às vezes está associada à diminuição desse tipo de câncer. Por isso, a princípio não é um problema que você consuma os alimentos prescritos pelo seu nutricionista.
Cientificamente falando, o leite de vaca tem evidências de beneficiar mais ou prejudicar a saúde das pessoas?
ResponderExcluirOlá.
ExcluirAs evidências apontam muito mais benefícios do que prejuízos para o consumo de laticínios. Isso não quer dizer que essa seja a verdade, mas é o que a ciência mostra.
Por isso, quando alguém categoricamente afirma que o leite e seus derivados fazem mal, esse certamente é um discurso enviesado (não necessariamente errado, mas enviesado), independentemente do motivo ou da origem dos vieses envolvidos nesse tipo de pensamento.
Obrigado João
ExcluirTenho outra dúvida. Quando diz que tal substância, por exemplo, silimarina tem ação hepatoprotetora in vitro e in vivo, isso significa que foi provado a ação no homem?
A princípio não. O termo "in vitro" significa em cultura de células, enquanto o termo "in vivo", na maioria das vezes, se refere apenas a estudos com animais. Estritamente falando, "in vivo" também pode se referir a estudos com seres humanos, porque nós também somos sistemas vivos, mas esse uso é bem incomum.
ExcluirEstudos in vitro e in vivo podem, juntos, ser chamados de estudos pré-clínicos. Justamente porque os estudos em humanos, na área das ciências da saúde, geralmente são chamados de estudos clínicos.
Existem vários trabalhos científicos mostrando muitos e muitos efeitos interessantes de substâncias e compostos bioativos das plantas, mas quase todos eles são in vitro e in vivo. Os estudos clínicos são poucos, e muitas vezes não são muito conclusivos, seja por serem muito curtos ou por serem mal conduzidos -- como são mais caros e como não existe interesse da indústria alimentícia ou farmacêutica, são poucos que recebem o devido investimento.
Entendi, boa explicação. Nesse caso então, os profissionais que prescreverem podem ser considerados imprudente?
ExcluirAproveito a oportunidade e peço sua opinião sobre iodo, no Brasil, temos excesso de iodo? Ser tiver algum post sobre isso pode me enviar?
Muito obrigado!
Considerar alguém como imprudente pode ser bem relativo. Até porque depende de como cada um enxergar a situação em questão. O "certo" ou a "verdade" geralmente não são absolutos.
ExcluirPara grande parte das substâncias, mesmo quando não existem evidências de sua eficácia, muitas vezes temos dados sobre sua segurança em seres humanos. Porque avaliar a tolerabilidade e a toxicidade geralmente são algumas das etapas iniciais no estudo de compostos isolados, antes mesmos de se testar a real eficácia.
Na minha forma de ver, se o composto é no mínimo seguro, não considero imprudente sua prescrição. Só considero realmente imprudente quando a segurança do paciente é deixada de lado. Mas isso também não quer dizer que eu concordo com a prescrição de qualquer substância que não tenha evidências de ser eficaz, por mais segura que ela seja. Prescrições desse tipo muitas vezes são um desperdício de tempo e dinheiro.
Cada caso é um caso, claro, mas deveríamos ter um pouco mais de cuidado e atenção ao avaliarmos quais substâncias valem a pena ser prescritas para cada paciente. Em algumas situações, alguns compostos, mesmo que não tenham evidências concretas de eficácia, podem ser prescritas -- porque evidências sugestivas de benefícios podem, às vezes, ser suficientes para "apostarmos" num tratamento. Em outras situações, provavelmente não deveriam.
Oi João Gabriel, boa noite!
ResponderExcluirÉ verdade que é coração utiliza energia de fontes benéficas de gordura, ou ele usa apenas glicose para sua nutrição?
Obrigada pelas informações de sempre. Terceira vez que pergunto para você.
Maria Lúcia.
Olá, Maria.
ExcluirSim, o coração também utiliza gorduras como fonte de energia. Em muitos momentos, as gorduras são o principal substrato energético do coração.
Obrigada. Você não faz ideia como foi importante ouvir essa resposta vindo de você.
ExcluirObrigada. Bom início de ano para você.
Maria Lúcia.
Boa noite. Vc ja ouviu falar de Metilsulfanilmetano?
ResponderExcluirminha nutricionista passou pra enxaqueca, estou usando desde quinta feira, será que vau me ajudar?
Vi que vc lê muito sobre artigos, quais suplementos de fato ajudam.. o que vc acha?
Obrigado. Abraço
Olá.
ExcluirAo fazer uma busca nas bases de dados de artigos científicos, não encontrei nenhum estudo avaliando o efeito da suplementação de MSM em casos de enxaqueca. Isso não necessariamente quer dizer que o uso de MSM não leva a benefícios clínicos. Mas, devido à ausência de estudos, não podemos dizer de antemão que a suplementação vai ajudar.
Já leu esse artigo?
ResponderExcluirA introdução dele me deixou espantada por correlacionar leite com diabetes, câncer e resistência insulínica.
Esse estudo tem algum impacto importante? Não li todo, só o início e a conclusão. Estou confusa.
https://www.researchgate.net/publication/282608775_Milk_and_dairy_consumption_correlates_with_cerebral_cortical_as_well_as_cerebral_white_matter_volume_in_healthy_young_adults
Olá.
ExcluirSim, existem estudos observacionais associando laticínios a alguns problemas crônicos de saúde. Assim como existem estudos desse tipo para quase todos os alimentos de origem animal, além de alguns estudos “condenando” até mesmo alimentos de origem vegetal. Mas são apenas associações, a princípio tão fracas e tão inconsistentes entre os estudos que dificilmente significam que existe uma relação de causalidade.
Em relação ao estudo em si, ele provavelmente não é muito relevante. Não vou entrar em detalhes sobre o significado dos resultados encontrados pelos pesquisadores dentro da temática estudada, porque acredito que isso nem seja necessário.
Talvez por ser um estudo pequeno, ou talvez porque os laticínios simplesmente não tenham nada a ver com o problema abordado, os próprios resultados demonstram a limitação da análise em questão. Os pesquisadores avaliaram o consumo de 10 laticínios diferentes (informação contida no artigo completo, mas não no resumo), além da ingestão dos nutrientes contidos nesses alimentos. Perceba que eles encontraram associação com apenas um dos 10 alimentos avaliados (e com o consumo de proteínas). Como poderíamos realmente achar que os laticínios seriam problemáticos, dentro do contexto avaliado, quando 90% dos alimentos desse grupo não mostraram associação alguma?
Esse é o tipo de trabalho científico que tem a cara do viés dos próprios pesquisadores. E isso não é culpa deles, porque todos nós estamos sujeitos às nossas crenças pré-estabelecidas. Mas a discussão e as conclusões parecem seguir muito mais o que eles acreditam do que o que de fato foi verificado no estudo. Na minha opinião, um pesquisador imparcial estaria muito mais propenso a descartar os laticínios como um problema (dentro da temática do estudo) do que sugeri-los como tal.
Bom dia.
ResponderExcluirPoderia me responder de gordura hidrogenada são as presentes nos óleos vegeatais como o de canola e o soja?
É uma eterna confusão, tem nutricionistas que falam que não são, que inclusive esses óleos são ricos em omega 3 e vitamina E outros falam que fazem mal porque é trans, já outros falam que só vira trans se reutilizar o óleo
Eu sigo o Dr Lair Ribeiro, cozinho com óleo de coco, banha ou azeite (para refogar)..Mas vira e mexe me meto em discussão sobre esse tema... estou no 1 período de nutrição e adoro seu blog... desvenda muitos mitos e modismos desnecessários.
Só você para me responder!! Obrigada.
Olá.
ExcluirOs ácidos graxos trans podem ser encontrados naturalmente em alguns alimentos, como os laticínios. Mas eles também podem ser produzidos artificialmente. Em 99,9% do casos (ou mais), quando as pessoas falam “gorduras trans”, estão se referindo aos ácidos graxos trans produzidos industrialmente.
O principal processo artificial de produção de ácidos graxos trans se chama hidrogenação, que acontece da seguinte forma: duplas-ligações de ácidos graxos insaturados (do tipo cis) naturalmente presentes em um alimento (óleo vegetal, por exemplo) são removidas e substituídas por moléculas de hidrogênio. Essa mudança estrutural na estrutura molecular dos ácidos graxos faz com que o aspecto físico do alimento, que geralmente é um óleo vegetal, fique alterado. É por isso que as margarinas, mesmo sendo produzidas a partir de óleos vegetais, são sólidas em temperatura ambiente. Os óleos vegetais são as melhores opções para o processo de hidrogenação justamente porque naturalmente possuem elevada concentração de ácidos graxos insaturados.
Na prática, o termo "gordura hidrogenada" é usado como sinônimo dos ácidos graxos trans presentes nos óleos vegetais que passaram pelo processo de hidrogenação. Sendo assim, poderíamos afirmar que, a princípio, os óleos vegetais não possuem gorduras trans em sua composição. A presença dessas gorduras só vai existir depois que esses óleos passarem pelo processo de hidrogenação -- para a produção de margarina, por exemplo.
Mas existe um detalhe importante, embora quase todos desconheçam. Estudos já mostraram que alguns óleos vegetais acabam, sim, apresentando ácidos graxos trans (gorduras trans) em sua composição. Isso provavelmente ocorre porque o processo de extração dos óleos vegetais é muito intensivo, empregando temperaturas muito elevadas, potencialmente causando a mudança de conformação estrutural das moléculas de ácidos graxos insaturados (do tipo cis) para ácidos graxos trans.
Entendi João, esses óleos com essa mudança de conformação na estrutura dos ácidos graxos se ingeridos podem causar impacto negativo? Vejo muita gente defendendo por possuirem omega 3 ( principalmente o de Canola )
ExcluirEssa transformação de cis para trans prejudica se o consumo for moderado ? Qual sua indicação para as pessoas de forma geral?
Todas as evidências sobre o impacto negativo das gorduras trans sobre a saúde vêm de estudos observacionais. Mesmo assim, todo mundo afirma com absoluta certeza que as gorduras trans, por si só, fazem mal. É verdade que os resultados dos estudos observacionais são bem consistentes, mas a verdade é que, sem ensaios clínicos, não podemos afirmar com 100% de certeza que as gorduras trans, por si só, são necessariamente problemáticas. E provavelmente nunca haverá ensaios clínicos diretamente testando o efeito das gorduras trans sobre a saúde, porque seriam estudos questionáveis do ponto de vista ético.
ExcluirDito isso, mesmo que as gorduras trans não sejam problemáticas por si só, os alimentos que contêm essas gorduras são. Porque esses alimentos são ultraprocessados e modificados, com inúmeros aditivos e com uma composição nutricional muito longe do que é encontrado nos alimentos naturais. Então, mesmo num cenário em que as gorduras não fossem um problema independente, os alimentos que as contêm ainda seriam.
E o mesmo vale para os óleos vegetais refinados. Digamos que a quantidade de gorduras trans formada durante a extração desses óleos seja muito baixa ou não seja problemática por si só. Mesmo assim, esses óleos ainda possuem dois grandes problemas em potencial:
1) Presença de aldeídos provenientes da oxidação dos ácidos graxos insaturados, formados por causa das elevadas temperaturas de extração. Esses aldeídos são potencialmente carcinogênicos, além de possivelmente estar envolvidos em outros processos patológicos.
2) Além disso, alguns estudos também já verificaram a presença de resíduos químicos utilizados na extração, como o hexano (solvente utilizado no processo). O hexano é tóxico para o organismo, principalmente para o sistema neurológico.
Além desses problemas, o ômega-3 contido nos óleos vegetais é do tipo ácido alfa-linolênico (ALA). Das duas principais formas de ômega-3 que o corpo humano utiliza (EPA e DHA), a conversão de ALA só é boa para EPA, sendo extremamente baixa para DHA. O EPA é importante, mas a literatura indica que o DHA é ainda mais importante.
Não que o ômega-3 dos óleos vegetais, como o de canola, seja descartável. Mas será que vale a pena o risco? Por que não preferir fontes não modificadas e não processadas de ômega-3 -- como chia, linhaça e algas (vegetais) ou peixes e frutos do mar (animais)?
Os estudos que mostram que a gordura saturada faz mal também são observacionais?
ResponderExcluirVc tem algum texto sobre qual óleo usar?
Obrigada.
Sim, os estudos sobre os "malefícios" da gordura saturada são observacionais. Mas, quando juntamos todos os estudos que exploram a relação entre gordura saturada e saúde metabólica, especialmente saúde vascular, os resultados são diferentes do que a maioria das pessoas acredita:
Excluirhttp://cienciadanutricao.blogspot.com.br/2016/04/gordura-saturada-e-derrame-cerebral.html
Segue também um pequeno texto que escrevi sobre óleos. Caso tenha alguma dúvida, recomendo também a leitura da seção de comentários desse texto. Nela eu já respondi muitas perguntas comuns e recorrentes sobre o tema. Para encontrar com mais facilidade algo específico nos comentários, você pode usar a busca do navegador (Ctrl+F no Windows ou Cmd+F no Mac) e procurar por termos de interesse.
Opa, tudo bem?
ResponderExcluirAproveitando o assunto, queria saber quando um artigo científico evidencia benefício de uma dieta reduzida em gordura, e rica em vegetais e grãos em um desfecho clínico. Como identificar quais gorduras e o que são grãos?
Obrigado. Matheus
Olá, Matheus.
ExcluirNão tenho certeza se entendi a pergunta, mas vou tentar respondê-la. Se essa não for a sua dúvida, peço por favor que reformule a pergunta.
Vamos considerar um estudo, do tipo ensaio clínico, com uma intervenção que mexe em três variáveis: 1) redução de gordura total; 2) aumento de hortaliças; 3) aumento de grãos integrais. E digamos que, depois de 5 anos de estudo, seja observado que o grupo que foi orientado a seguir essas modificações apresentou uma redução na incidência de eventos cardiovasculares.
Daí vem a pergunta: como saber qual dos três fatores foi responsável pelo benefício observado no desfecho em questão (eventos cardiovasculares)?
Simples: não tem como saber. O que sabemos é que a intervenção levou a um efeito positivo no desfecho avaliado, mas não podemos ter certeza se foi uma mudança específica que levou ao benefício observado. Poderia ter sido somente por causa da redução no consumo de gorduras. Ou poderia ter sido somente por causa da maior ingestão de grãos integrais. Ou poderia ter sido dois dos três fatores juntos. Ou poderia ter sido por causa da combinação dos três fatores...
Quando temos uma intervenção que mexe em mais de uma variável, não é possível saber com certeza qual das modificações apresentou efeito. O efeito aparentemente existe, mas não tem como dizer se ele é específico de uma ou outra alteração, ou se diz respeito à combinação das alterações.
Bom dia. Não recebi a atualização de resposta antes.
ExcluirFoi mais ou menos isso.
Aprendemos na faculdade que gorduras devem ser limitadas, principalmente saturada.
Mas alguns estudos não mencionam quais. Então fica demonizado seu consumo mas pelo que me parece ( não garanto ) os estudos mais modernos mostram que gordura não tem impacto nos níveis de colesterol ou de mortalidade.
Vc tem algum post sobre esse tema?
Obrigado!
Sim. O texto é relativamente curto, mas contêm o necessário para refutar a hipótese de que gordura (saturada) faz mal à saúde:
Excluirhttp://cienciadanutricao.blogspot.com.br/2016/04/gordura-saturada-e-derrame-cerebral.html
Boa noite.
ResponderExcluirDR. lair Ribeiro diz que leite de vaca pode ser o responsável por causar catarata em quem é intolerante a galactose.
Isso procede mesmo? existe exame para verificar a "galactitol" no sangue???
Obrigado! Abç
Olá.
ExcluirExistem dois estudos que avaliaram o efeito da ingestão de leite sobre o desenvolvimento de catarata. Os dois estudos foram feitos em ratos. Seguem os links:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21865765
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/13458306
No primeiro, os pesquisadores fizeram os animais ingerirem naftaleno para a indução de catarata. Após 8 semanas, os animais que foram expostos ao naftaleno, e ao mesmo tempo consumiram quantidades elevadas de leite, apresentaram *menor* desenvolvimento de catarata quando comparados aos animais que ingeriram apenas naftaleno.
No outro estudo, foi verificado que os ratos que ingeriam leite *humano* desenvolviam catarata, enquanto isso não acontecia com o leite de vaca. Foi levantada a hipótese de que isso poderia ser por causa do teor de lactose do leite humano, superior ao do leite de vaca. Para testar essa hipótese, adicionaram lactose à dieta dos ratos que ingeriam leite de vaca, para que o total de lactose fosse igual ao dos animais que consumiam leite humano. No final, os ratos que ingeriam leite de vaca ainda assim não desenvolviam catarata como os ratos que ingeriam leite humano.
A lactose do leite é composta por glicose e galactose. Logo, quando se aumenta a ingestão de lactose, também se aumenta a ingestão de galactose. No primeiro estudo, uma maior ingestão de leite (e, consequentemente, de galactose) levou a uma redução na taxa de progressão de catarata induzida por naftaleno. No segundo estudo, uma maior ingestão de galactose, devido à maior ingestão de lactose, não aumentou o risco de catarata nos ratos que consumiam leite de vaca. Esses são apenas estudos com animais, e são apenas dois. Isso limita as conclusões que podemos tirar. Mas uma coisa é certa: eles mostram consistentemente que nem o leite de vaca e nem galactose parecem levar ao aumento no risco de desenvolvimento de catarata.
Além dos estudos nos quais os animais recebem dietas comuns suplementadas com leite, existem também modelos experimentais em que os animais recebem dietas extremamente ricas em galactose. Geralmente, a concentração de galactose é de 30% em relação ao peso total da dieta. Com esse modelo, os pesquisadores conseguem sim induzir catarata nos animais. O problema desse modelo é que 30% de galactose na dieta é uma quantidade inatingível para uma pessoa consumindo uma dieta padrão. Então, por mais que a pessoa possua intolerância à galactose, na maioria dos casos é pouco provável que quantidades habituais de leite levem ao aumento no risco de catarata. Por outro lado, vale mencionar que alguns estudos observacionais em humanos já sugeriram que pode existir certo risco. Só não fica muito fácil saber quem são as pessoas que realmente apresentariam risco, porque os estudos em humanos são muito escassos.
Até onde eu sei, o teste oral é o mais comum na avaliação de tolerância à galactose. E tem também o teste intravenoso. Os dois medem a galactose mesmo, não galactitol. Pode até existir algum exame que mensure galactitol, mas desconheço.
De qualquer forma, esses exames raramente são feitos. Porque o risco de intolerância à galactose (galactosemia) geralmente é testado quando a criança nasce. Apesar de serem raros, casos de galactosemia costumam ser sérios, principalmente se for galactosmia clássica, e por isso a preocupação em detectar o mais cedo possível. Quando acontece o diagnóstico, o tratamento é a restrição completa de lactose e galactose.
E tudo isso leva ao seguinte: se a pessoa sempre consumiu leite, desde a amamentação e a infância, eu diria que é bem pouco provável que ela tenha um grau de intolerância à galactose que poderia resultar num risco aumentado de catarata. Se não houve diagnóstico durante a infância, ou se a pessoa nunca apresentou sinais e sintomas mais sérios, tudo indica que seria bem difícil haver uma intolerância à galactose num nível capaz de causar problemas como catarata. Mas é um assunto pouco estudo, que não conhecemos suficientemente bem.
Show de bola, João.
ExcluirEssas foram as referências usadas pelo Lair:
1- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6804198
2- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21865765
3- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2582987
4- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6141422
5- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1039818/
A segunda referência é do estudo em ratos no qual os pesquisadores induziram catarata com naftaleno. Esse não é um estudo bom para dar suporte à hipótese, justamente porque a combinação leite + naftaleno, ao final do estudo, reduziu a taxa de progressão de catarata nos animais.
ExcluirAs demais referências são interessantes. Não são definitivas, mas contribuem para um possível debate nessa história.
Todo alimentação tem o lado bom e ruim. O próprio ovo que o Lair Ribeiro tanto defende também pode causar alergia em muita gente e por ai vai...
ResponderExcluirLair Ribeiro é charlatão. Vende água alcalina. Não consigo entender como tem pode ter gente formada seguindo ele.
ResponderExcluirÔ, como é difícil fazer as pessoas perceberem isso...
ExcluirProva que ele vende!
ExcluirA maioria que fala isso é gente que não conhece o trabalho dele e a rotina dele pessoalmente. Uma pena!
Espero que ele de fato esteja processando todo mundo que difame ele sem provar. Ou vocês dois tem???
Eu diria que prova que programação neurolinguística funciona, isso sim! Ele é muito bom de lábia!
ExcluirQuanto a provar... quem tem que provar o que alega é ele. É assim que a ciência funciona. ;)
Boa tarde.
ResponderExcluirToda vez que como alface fico muito sonolento.
Quais seriam os beneficios da alface? ela é rica em fibra?
tem ação calmante?
Obrigado
Olá.
ExcluirSim, a alface possui uma quantidade razoável de fibras. Porém, é uma fonte menos concentrada do que se imagina, e geralmente não contribui tanto assim para o aporte total de fibras porque a maioria das pessoas consome em quantidades pequenas.
Os potenciais benefícios são basicamente os mesmos que os das demais hortaliças: a presença de determinados nutrientes e compostos bioativos pode levar a diversos efeitos positivos, como ação anti-inflamatória e antioxidante. Com o tempo, isso pode significar um risco reduzido no desenvolvimento de diversas doenças crônicas.
Em relação à ação calmante, desconheço do fato. É possível que alguma substância específica das alfaces tenha um efeito assim, mas não posso afirmar. No seu caso, se isso for um problema, você pode sempre substituir o alface por outros vegetais folhosos, ou até mesmo outras hortaliças.
Boa tarde.
ResponderExcluirUm nutricionista pode afirmar que dieta pode prevenir apendicite?
Frutas e legumes pode prevenir essa inflamação?
Olá.
ExcluirA ideia por trás de uma afirmação como essa provavelmente se baseia no fato de que existem inúmeras substâncias, nos mais diversos alimentos, que podem exercer efeitos anti-inflamatórios. Como a apendicite é uma inflamação, tecnicamente não está errado afirmar que a dieta poderia prevenir esse problema.
Mas também não tem como dizer que a afirmação é necessariamente verdadeira. Porque, para qualquer tipo de afirmação como essa, é necessário que existam estudos que testaram e confirmaram a hipótese que está sendo levantada. E esse certamente não é o caso para a relação entre alimentação, frutas, verduras e apendicite. Podem até existir evidências indiretas para a possibilidade de prevenção de apendicite a partir de alimentos e substâncias com potencial anti-inflamatório, mas não temos estudos para confirmar diretamente que esse efeito preventivo é uma realidade.
Boa tarde, tudo bom?
ResponderExcluirComo diagnosticar esse tipo de alergia?
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26715290
Olá.
ExcluirEsse estudo não fala sobre um ou mais tipos de alergia, mas sim sobre como a presença de alergias alimentares pode influenciar o comportamento e a saúde mental de adolescentes e jovens adultos.
Você quer saber como identificar se uma pessoa com alergia pode estar apresentando sintomas depressivos ou ansiedade (o assunto do estudo)? Se esse for o caso, talvez a própria pessoa não consiga enxergar, mas o seu convívio cotidiano com ela provavelmente vai fazer você perceber se a alergia está influenciando negativamente sua saúde mental ou não.
A partir daí, o caminho é procurar fontes ou profissionais que ajudem a lidar com o problema, para que a pessoa aprenda a conviver com sua alergia. Do ponto de vista alimentar, prestar atenção à dieta pode ser um passo importante, por pelo menos dois motivos: 1) saber quais alimentos evitar para que os sintomas da alergia não apareçam, caso o problema seja em lidar com os sintomas; 2) aprender a fazer melhores escolhas e substituições, caso a restrição dos alimentos alergênicos represente uma falta importante para a pessoa.
A pergunta era sobre sua opinião em relação aos exames que medem IgG alimentar (alergia tardia)
Excluire se você como nutricionista pede exames de alergia como rastreio em crianças assintomáticas por exemplo.
Obrigado.
Exame que medem IgG podem ajudar, mas precisam estar inseridos num contexto em que vários outros fatores são avaliados. Mais ou menos o mesmo que acontece para os exames de IgE e, na verdade, para qualquer tipo de avaliação referente a quadros clínicos dos pacientes.
ExcluirEu geralmente não trabalho com crianças. Se trabalhasse, não pediria com tanta frequência exames de alergia em crianças assintomáticas, a não ser que houvesse outros indicativos, além dos sinais e sintomas clássicos, de possíveis quadros de alergia. Mas cada caso é um caso, e por isso não é fácil generalizar.
Boa noite
ResponderExcluirQuais os benefícios do orégano? ele possui ácido oxalacético?
Olá.
ExcluirNão costumo falar sobre os benefícios e sobre as substâncias presentes em alimentos específicos, porque é um mundo infinito de possibilidades.
Se você estiver pensando no uso do orégano em determinado cenário, pergunte que eu posso tentar responder. Se não estiver, o consumo de orégano possivelmente vai trazer benefícios; no mínimo, não vai causar problemas.