De forma semelhante ao que fiz para as dietas low-carb, esse post é uma coletânea de todas os ensaios clínicos — e da única revisão sistemática com meta-análise — que testaram exclusivamente o efeito de dietas paleo sobre a saúde humana.
Em ordem cronológica de publicação:
14) Paleolithic nutrition for metabolic syndrome: systematic review and meta-analysis.
15) Strong and persistent effect on liver fat with a Paleolithic diet during a two-year intervention.
16) Palaeolithic diet decreases fasting plasma leptin concentrations more than a diabetes diet in patients with type 2 diabetes: a randomised cross-over trial.
17) Cardiovascular, metabolic effects and dietary composition ad-libitum Paleolithic vs. Australian Guide to Healthy Eating diets: a 4-week randomised trial.
18) Effects of a Paleolithic diet with and without supervised exercise on fat mass, insulin sensitivity, and glycemic control: a randomized controlled trial in individuals with type 2 diabetes.
15) Strong and persistent effect on liver fat with a Paleolithic diet during a two-year intervention.
16) Palaeolithic diet decreases fasting plasma leptin concentrations more than a diabetes diet in patients with type 2 diabetes: a randomised cross-over trial.
17) Cardiovascular, metabolic effects and dietary composition ad-libitum Paleolithic vs. Australian Guide to Healthy Eating diets: a 4-week randomised trial.
18) Effects of a Paleolithic diet with and without supervised exercise on fat mass, insulin sensitivity, and glycemic control: a randomized controlled trial in individuals with type 2 diabetes.
[Última atualização: 16/01/2019]
A dieta paleo é a única intervenção nutricional que, até o momento, em estudos do tipo ensaio clínico, sempre se mostrou superior a qualquer outro padrão alimentar à qual foi comparada. E os efeitos positivos, além de serem observados em todos os tipos de parâmetros metabólicos e de saúde, como peso, gordura corporal, gordura abdominal, gordura hepática, lipídeos sanguíneos, resistência à insulina etc., também mostram relevância clínica e não apenas relevância estatística.
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Bom dia João
ResponderExcluirO meu nome é Ulisses, acompanho seu blog há alguns meses, gostaria de tirar uma dúvida.
Em relação as panelas que usamos para cozinhar, vi na internet algumas pessoas dizendo que o "teflon" ou antiaderente das panelas se soltam no alimento e podem causar doenças como alzheimer, também as panelas de ferro e de alumínio soltam gases nos alimentos e prejudicam a saúde.
Conhece algum artigo de confiança em relação a isto?
Qual a sua opinião a respeito?
Quais tipos de panelas seriam mais seguras?
Grato.
Olá, Ulisses!
ExcluirAcabei de responder lá pelo Facebook. Mas segue a resposta aqui também, caso seja do interesse de mais pessoas.
A literatura indica que o teflon, desde que permaneça intacto, é seguro. Mas se o utensílio começar a descascar, o melhor a fazer é trocá-lo.
As panelas feitas de cobre, alumínio e ferro podem liberar os respectivos minerais, que em excesso podem causar problemas. Porém, entre esses a opção mais segura teoricamente seria o ferro, já que o nosso corpo sabe lidar melhor com o “excesso” desse mineral. Por essa mesma lógica, o cobre seria preferível ao alumínio; o cobre é um mineral considerado essencial ao organismo, assim como o ferro, enquanto que o alumínio não é.
As de inox e cerâmica seriam, teoricamente, opções bem seguras. A princípio elas não apresentam problemas que poderiam ser diretamente relacionados aos materiais das quais elas são fabricadas.
Mais uma vez obrigado pela sua atenção!
ExcluirBoa noite, Ulisses!
ExcluirJá tive a mesma dúvida, e sem me delongar muito, a melhor solução mesmo são as panelas de vidro, pois elas não liberam nada.
Boa tarde João
ResponderExcluirRecebi hoje o resultado do meu exame, estou a aproximadamente três meses consumindo ovos, carnes, queijos, manteiga e iogurte com frequência e sem comer farináceos e doces. Além de perder 8 Kg, segue o resultado:
Glicose: 68 mg/dl
Colesterol total: 224 mg/dl
Triglicérides: 46 mg/dl
HDL: 68 mg/dl
LDL: 147 mg/dl
Acho que estou com o perfil lipídico bom.
Me dê sua opinião, por favor.
Grato.
Aparentemente nada com que se preocupar, principalmente considerando que houve uma perda de peso de 8 kg. Muito bom!
ExcluirMas vou te dar uma sugestão. O LDLc, isoladamente, não é um marcador muito bom. Se possível, tente realizar o exame da apolipoproteína B (apoB) da próxima vez. A apoB mede, de maneira aproximada, o número de partículas de LDL.
Boa tarde João!
ExcluirFarei sim, obrigado pela dica.
Eu não citei, mas consumo verduras e legumes com frequência também, me alimento o mais próximo possível da dieta paleo, o que não me conformo é que os professores do meu curso de nutrição ainda falam que ovo aumenta o colesterol e a gordura saturada faz mal e engorda, eu pude comprovar na prática que isso é mito, além das informações que leio neste blog, no blog do Dr. Souto, e os vários artigos que falam a respeito da paleo e dietas low carb.
Enfim, obrigado por compartilhar seu conhecimento, este blog é de grande valia para mim.
Abraço.
Talvez demore, mas as coisas vão mudar. E é nosso trabalho, como profissionais e futuros profissionais, de fazer parte dessa mudança.
ExcluirAgradeço a leitura e fico feliz por poder contribuir!
Olá João!
ResponderExcluirPercebi lendo os seus posts que vc é um defensor de dietas low carb. Eu concordo que essas dietas são padrão ouro para perda de peso, mas infelizmente a saúde humana não se resume a isso.
Minha maior crítica a essas dietas é o altíssimo consumo de proteína. Já recebi mais de um paciente no consultório que eram adeptos a essas dietas e acabaram com Creatinina e ácido úrico elevados. Assim, gostaria de saber se existem estudos a longo prazo (pelo menos 2 anos) publicados em revistas decentes que garantam a segurança dessas dietas na saúde hepática e renal.
Muito obrigado!
Olá!
ExcluirEu não sou defensor de dietas low-carb, mas sim defensor da ciência.
E, considerando as evidências científicas, é seguro afirmar que os benefícios das dietas low-carb não se resumem à perda de peso. Posso te assegurar que, considerando a preponderâncias das evidências, você não vai encontrar, de maneira geral, prejuízos relacionados às dietas low-carb (quando comparadas a dietas "convencionais"). Isso não necessariamente as torna melhores, até porque a individualidade de cada pessoa vai determinar o que é mais adequado pra ela.
Creatinina elevada a princípio não é um problema, a não ser que o paciente possua algum problema renal prévio (problema esse que muito, muito provavelmente não foi/será desenvolvido por um maior consumo proteico), normalmente caracterizado por baixa filtração glomerular. Ácido úrico elevado a princípio também não é/será decorrente de um aumento na ingestão de proteína, a não ser que o indivíduo tenha uma pré-disposição. Mesmo assim, a média das pessoas não apresentar aumento nesses parâmetros quando consomem dietas low-carb, sejam essas dietas com maior ou menor teor proteico.
Quando olhamos a literatura, temos alguns estudos de longo prazo mostrando ausência de alteração em parâmetros renais com dietas low-carb. Existem evidências de um ano de acompanhamento, com indivíduos “normais” e diabéticos tipo 2:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20338292
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26632754
E há evidências com dois anos de acompanhamento, com pessoas “normais”:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22653255
A propósito, os 3 estudos foram publicados em revistas de boa qualidade, considerando a relevância em suas áreas e seus respectivos fatores de impacto.
Além disso, se formos atrás da literatura sobre maior consumo proteico e saúde renal, independente de ser no contexto low-carb ou não, vamos continuar observando que a maior ingestão de proteínas não está relacionada ao desenvolvimento de problemas renais:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16174292
Outro detalhe importante: low-carb não necessariamente é sinônimo de dieta rica em proteína. Uma pessoa leiga pode, por falta de conhecimento, achar ou naturalmente adicionar mais proteína à dieta ao adotar uma dieta low-carb (não que isso seja ruim), mas um profissional consegue ajustar isso (caso ele queira) com certa facilidade.
Por fim, gostaria de dizer que nutrição é experimentação. Digamos que um paciente apresente eventualmente alterações teoricamente negativas em alguns marcadores, e que isso parece ser decorrente de um aumento na ingestão de proteína. Nesse tipo de situação, basta trabalhar com outro padrão alimentar ou uma proporção diferente macronutrientes -- inclusive porque, como mencionei acima, low-carb não é sinônimo de dieta rica em proteína.